São Paulo, segunda, 27 de abril de 1998

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SUDESTE ASIÁTICO
Cingapura promove feira
Região quer turista que a fumaça levou

das agências internacionais

"Fumaça? Que fumaça?", essa foi a expressão mais ouvida entre os agentes turísticos do Sudeste Asiático que se reuniram na semana passada em Cingapura para participar da feira Travel Mart-98, promovida pela Pata (Associação de Viagens da Ásia-Pacífico).
Aberto oficialmente na quarta-feira passada, o evento terminou no sábado.
A indústria turística do Sudeste Asiático sofreu um duro golpe no ano passado, quando a região passou por uma crise econômica e foi tomada por uma nuvem de poluição entre agosto e novembro.
"Houve muitos cancelamentos no verão passado, mas a coisa está melhorando. As pessoas estão indo para a Indonésia e a Malásia", disse Isolde Weinmann, agente turística austríaca.
Weinmann afirma que não constatou um declínio entre as reservas feitas neste ano em comparação com o ano passado.
"As pessoas estão muito interessadas na Tailândia e na Malásia porque as moedas locais estão muito desvalorizadas. E as companhias aéreas estão oferecendo tarifas com desconto."
Agentes de turismo do Sudeste Asiático trabalham para recauchutar a imagem da região, prejudicada depois que o mundo foi "bombardeado" com notícias e imagens sobre incêndios florestais e poluição, decorrentes das queimadas em Kalimantan e Sumatra, na Indonésia.
"Nós fomos afetados pela fumaça, mas a poluição chegou a níveis alarmantes em apenas um dia", disse Gordon Yapp, gerente da empresa de promoção turística da cidade de Sabah.
Yapp afirma que agora a cidade está colocando diariamente fotos na Internet mostrando como o ar local está limpo.
A Tailândia também sofreu com a queda de visitantes, embora ali a poluição tenha sido bem menos severa que na Indonésia, Cingapura e Malásia.
"A fumaça não está na Tailândia, mas o crescimento do turismo foi afetado. As pessoas que vêm para essa região pensam no Sudeste Asiático, e não em Cingapura ou Malásia individualmente", disse Chamnam Muangtim, diretor da Autoridade do Turismo Tailandês.
Muangtim afirma que a Tailândia reduziu a estimativa de crescimento turístico em 98 para 7%. A previsão anterior era de 15%.
Segundo ele, o turismo, que contribui com cerca de US$ 5 bilhões para a economia local, cresceu menos de 1% no ano passado.
Por outro lado, Muangtim disse que a situação está melhorando devido à volta dos turistas atraídos pela queda do baht, a moeda tailandesa. As chegadas mensais de visitantes chegaram a 773.680 em dezembro do ano passado. Em setembro do mesmo ano, 501.628 turistas haviam visitado o país.



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