São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2001

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ECOTURISMO PEGA FOGO

Região é repleta de cachoeiras

Enquanto parque da Bodoquena está fechado, turista usufrui da serra

LUIS RENATO STRAUSS
ENVIADO A MATO GROSSO DO SUL

MARGARETE MAGALHÃES
DA REPORTAGEM LOCAL

Algumas áreas da serra da Bodoquena, próximas ao Parque Nacional da Serra da Bodoquena, criado há quase um ano, foram palco de mais um dos incêndios que têm se alastrado pelo país em consequência da estiagem típica de inverno.
No centro-sul de Mato Grosso do Sul, o parque pertence aos municípios de Bodoquena e de Bonito. Porém a área com cerca de 75 mil hectares não estará aberta para visitação pública tão cedo.
O diretor do parque, Adílio Miranda Valadão, mudou-se para Bonito há um mês e o estudo da fauna e da flora não começou. Além disso, para o parque funcionar, é preciso negociar com os proprietários a realização das desapropriações. E isso leva tempo.
"Estamos conhecendo o parque", disse o diretor, que, devido ao incêndio no seu entorno, sobrevoou a área na semana passada. "Há regiões belíssimas", adianta Valadão.
Enquanto o parque está fechado, o turista pode apreciar a fauna e a flora da serra da Bodoquena.
Ao longo de um período de 500 milhões de anos, a serra pôde desenvolver uma natureza diferenciada. Imensas cavernas, rios de águas transparentes e suas cachoeiras compõem um cenário privilegiado.
O rio Betione atravessa o conjunto serrano. Ele possui mais de 40 cachoeiras com áreas de banho, trilhas pela mata ciliar e pontos de observação da paisagem. Muitas fazendas centenárias estão situadas em suas margens.

Hotel-fazenda
Em meio às cachoeiras de águas cristalinas e do rio que corta regiões preservadas, há o hotel-fazenda Betione. Inaugurado em fevereiro, o hotel possui boa estrutura para o ecoturismo e organiza passeios de bicicleta e de carro, além de caminhadas e cavalgadas.
Ao redor do hotel, o visitante tem acesso a 15 quedas-d'água. São três trilhas que, por meio de pontes suspensas e pela mata ciliar fechada, levam ao rio Betione. A água é tão cristalina que os peixes parecem flutuar no ar.
A primeira é a trilha da Cachoeira do Pedrossian, com 1,2 km. Pode-se parar e tomar banho em três das sete cachoeiras no caminho.
Para quem gosta de esportes radicais, vale percorrer a trilha da tirolesa. Após 30 minutos, chega-se a um poço natural de 9 m de profundidade, onde foi montada uma plataforma de 18 m de altura. Entre ela e o poço há um cabo de 56 m de extensão, no qual se prende uma espécie de cadeira. O turista senta-se nela e desliza até a água, num trajeto de apenas quatro segundos. É pura adrenalina.
As crianças também foram lembradas. A terceira trilha chega ao camping do Silveira. Montado para crianças de seis a 16 anos, o local possui duas tirolesas, dois balanços, quadra de vôlei de areia, redário e espaço para que os pais possam acampar com seus filhos.
Outro local, acessível de bicicleta, a cavalo ou a pé, é a cachoeira da Morcegueira. O passeio, que dura em média quatro horas, acompanha o rio Betione e a mata que o cerca, repleta de animais como a arara.

Hotel-Fazenda Betione - Diárias a partir de R$ 160 em apartamento duplo, com pensão completa e passeios com guia. Reservas: 0/xx/67/687-1014.


Luis Renato Strauss viajou a convite do IPP (Instituto do Parque do Pantanal) e do Hotel Recanto Barra Mansa



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