São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2001

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ECOTURISMO PEGA FOGO

Chegada à região se torna real depois do rio Negro

Sobrevôo até o Pantanal mostra três paisagens

DO ENVIADO A MATO GROSSO DO SUL

Após descer do avião e pisar na pista do aeroporto de Campo Grande (MS), o que mais chama a atenção é o céu. Por vários motivos: tem mais estrelas que o de São Paulo e de outros grandes centros urbanos brasileiros, o horizonte é bastante amplo, devido à ausência de montanhas ao redor, e traz a promessa de um grande dia no próximo amanhecer. A cidade parece tranquila, com suas ruas largas e canteiros centrais.
No dia seguinte, após 20 minutos de estrada de terra, uma figura de chapéu de palha, camisa entreaberta, colar para dar sorte, calças pantaneiras seguradas por um cinto colorido, botinas, pele curtida e olhos escuros caminha em direção ao miniônibus.
Luiz Henrique Sant'Agostino, 58, conhecido como Lilique, apresenta o seu avião monomotor, único veículo capaz de chegar ao Pantanal próximo ao rio Negro no período da cheia dos rios -que dura mais de seis meses.
No vôo, a paisagem de cerrado não convence de que a região é o Pantanal. Alguns pontinhos brancos, o gado nelore e o zebu, pastam por grandes descampados. Logo surgem montanhas e chapadões, que confundem ainda mais a expectativa da viagem. "É assim mesmo", acalma Lilique, "você vai ver três tipos de vegetação até chegarmos lá".
O pantaneiro explica que até então foi sobrevoada a parte alta da região, que chega a 500 metros em relação ao nível do mar. Mas a altitude do destino final, o Pantanal, não ultrapassará cem metros.
O segundo tipo de paisagem surge aos olhos logo após o rio Aquidauana, quando a mata começa a se fechar.
Conforme o rio Negro se aproxima, exibindo as suas curvas e o verde de suas margens, tornam-se real aos olhos do visitante as informações dos livros didáticos, que definem o Pantanal como uma planície onde a chuva não tem por onde escoar, os rios transbordam e a água cobre quase a metade das terras.
(LUIS RENATO STRAUSS)



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