São Paulo, segunda-feira, 27 de agosto de 2001

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Caverna abriga cachoeira e lagoa

DO ENVIADO ESPECIAL

Um dos belos passeios na chapada dos Guimarães é a caverna Aroê Jari (termo indígena que significa "morada das almas"), também conhecida como caverna do Francês. O acesso não é tão simples quanto para os mirantes da cachoeira Véu de Noiva e da Cidade de Pedra, ambos dentro do parque nacional. Além de um bom trecho por estrada, é necessário fazer um percurso a pé.
A trilha até a entrada da caverna, que fica em um terreno particular, tem cerca de 2,5 km, onde se mesclam uma paisagem típica de cerrado, com vegetação baixa e retorcida, e um cenário florestal, com árvores altas e mata fechada.
A Aroê Jari é a segunda maior caverna de arenito do Brasil. O arenito normalmente não permite a formação de estruturas desse tipo por ser uma rocha muito frágil. Por essa mesma razão não há estalactites ou estalagmites.
Existe uma pequena trilha de água que atravessa a caverna. No primeiro salão (dos vários existentes, mas não visitáveis, devido à estrutura delicada da formação), um ambiente enorme cujo teto fica a mais de dez metros de altura, existe uma cachoeira com águas saindo do teto, onde é possível se refrescar.
Dando a volta pelo lado de fora do complexo chega-se à lagoa Azul, na outra ponta da caverna. Trata-se de um lago natural e cristalino sob o teto de arenito. Os guias atualmente não estão permitindo que os banhistas de plantão entrem na água porque, ao tocar o piso, a água fica turva, pelo desprendimento do solo arenoso.
Quando a luz do sol penetra a caverna, iluminando a água (o que ocorre entre 12h30 e 13h30), vê-se de onde saiu o nome "azul" da lagoa. A água fica de fato azulada, por razões desconhecidas.
Não há nada como entrar na Aroê Jari, sentar-se e ouvir o ruído da água caindo do lado de dentro da caverna. O ambiente é tão distante do mundo urbano que é impossível não ter uma sensação de volta às raízes, um retorno à natureza. Nada que faça com que os visitantes saiam vendo gnomos ou duendes, como sugerem alguns, mas é impressionante.
De quebra, na estrada para o complexo, ainda é possível parar para ver o pôr-do-sol no mirante do Centro Geodésico da América do Sul, o local em que as distâncias entre os oceanos Pacífico e Atlântico se equivalem, assim como as entre o topo e o pé do continente sul-americano. (SN)



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