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Caverna abriga cachoeira e lagoa
DO ENVIADO ESPECIAL
Um dos belos passeios na chapada dos Guimarães é a caverna
Aroê Jari (termo indígena que significa "morada das almas"), também conhecida como caverna do
Francês. O acesso não é tão simples quanto para os mirantes da
cachoeira Véu de Noiva e da Cidade de Pedra, ambos dentro do
parque nacional. Além de um
bom trecho por estrada, é necessário fazer um percurso a pé.
A trilha até a entrada da caverna, que fica em um terreno particular, tem cerca de 2,5 km, onde
se mesclam uma paisagem típica
de cerrado, com vegetação baixa e
retorcida, e um cenário florestal,
com árvores altas e mata fechada.
A Aroê Jari é a segunda maior
caverna de arenito do Brasil. O
arenito normalmente não permite a formação de estruturas desse
tipo por ser uma rocha muito frágil. Por essa mesma razão não há
estalactites ou estalagmites.
Existe uma pequena trilha de
água que atravessa a caverna. No
primeiro salão (dos vários existentes, mas não visitáveis, devido
à estrutura delicada da formação), um ambiente enorme cujo
teto fica a mais de dez metros de
altura, existe uma cachoeira com
águas saindo do teto, onde é possível se refrescar.
Dando a volta pelo lado de fora
do complexo chega-se à lagoa
Azul, na outra ponta da caverna.
Trata-se de um lago natural e cristalino sob o teto de arenito. Os
guias atualmente não estão permitindo que os banhistas de plantão entrem na água porque, ao tocar o piso, a água fica turva, pelo
desprendimento do solo arenoso.
Quando a luz do sol penetra a
caverna, iluminando a água (o
que ocorre entre 12h30 e 13h30),
vê-se de onde saiu o nome "azul"
da lagoa. A água fica de fato azulada, por razões desconhecidas.
Não há nada como entrar na
Aroê Jari, sentar-se e ouvir o ruído da água caindo do lado de dentro da caverna. O ambiente é tão
distante do mundo urbano que é
impossível não ter uma sensação
de volta às raízes, um retorno à
natureza. Nada que faça com que
os visitantes saiam vendo gnomos
ou duendes, como sugerem alguns, mas é impressionante.
De quebra, na estrada para o
complexo, ainda é possível parar
para ver o pôr-do-sol no mirante
do Centro Geodésico da América
do Sul, o local em que as distâncias entre os oceanos Pacífico e
Atlântico se equivalem, assim como as entre o topo e o pé do continente sul-americano.
(SN)
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