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CIDADE CAPITAL
Bush fala com seu cão em vídeos do site da Casa Branca
Nos filmes, presidente e figuras de peso da política mundial contracenam com dois cachorros e uma gata
PRISCILA PASTRE-ROSSI
DA REDAÇÃO
Redes de intrigas. Jogos de
poder. Ligações perigosas. A
Casa Branca é mesmo um palco
inesgotável de tramas políticas.
Algumas delas o mundo pode
acompanhar, assistindo a vídeos postados no site da residência oficial (www.whitehouse.gov/barney). São filmes de até dez minutos, produzidos desde 2002, com a participação de personagens pesos-pesados do Estado americano.
Bush, o secretário para assuntos internos, Dirk Kempthorne, o do Comércio, Carlos
Gutierrez, o ex-secretário da
Agricultura, Mike Johanns,
Mr. Barney, Miss Beazley...
Barney?! Miss Beazley?! Sim,
o casal de cães da raça scottish
terrier de estimação dos Bush
protagoniza a série de vídeos,
com histórias que mostram
aventuras pela Casa Branca.
Em uma das histórias, Barney é incumbido de ajudar na
preservação dos parques nacionais. Em outra, fica encarregado dos preparativos para o
Natal. Mas o mais surpreendente não é ver isso. É ver o
presidente em diálogos com
cachorros. O manda-chuva
americano por oito anos faz valer sua versão hollywoodiana e
revela seus momentos de interlocução com o mundo animal.
Para ser justo, não só Bush
paga o mico. Seus secretários
de governo e Laura Bush entram nas tramas. Tem até o ex-primeiro-ministro do Reino
Unido Tony Blair em uma participação especial no episódio
"Holiday in the National
Parks", de 2007. Este, aliás,
tem também Alan Jackson, um
dos mais populares cantores
country dos EUA.
O filé na série canina são os
vídeos natalinos. Os melhores.
Em "A Very Beazley Christmas", de 2005, Barney passa
por uma crise de ciúmes pela
chegada da cadela Miss Beazley
e resolve esconder os presentes
de Natal dela por tudo que é
canto. Para fazerem as pazes,
os cães são chamados por Bush
para uma reunião no salão
Oval, onde o presidente fala sobre o verdadeiro significado da
festa. Ele diz que não há lugar
para ciúme numa data para ser
vivida "em família". O olhar de
Bush é convincente. O de Barney e Miss Bearzley, então...
Eles imediatamente se reconciliam. Infelizmente, seu poder
persuasivo não foi muito longe.
Ao menos 7.000 iraquianos
não passaram o final daquele
ano com as famílias, como defendeu aos cães o presidente.
Este foi o número de mortos
-4.000 deles civis- vítimas da
invasão americana no país em
2005, segundo o Ministério do
Interior iraquiano.
Em janeiro, Barney, Miss
Beazley e a gata Kitty -ah, sim,
há também uma gata!- seguirão para o Texas. Ainda não se
sabe quem será o novo mascote. Mas Obama trata a questão
com seriedade. A filha Malia é
alérgica, e a família está a procura de um primeiro-cachorro,
como são chamados os cães dos
presidentes americanos desde
1932, hipoalergênico. A expectativa é que a série continue.
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