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RECIFE DAS ARTES
Cidade tem em suas esquinas e feiras um dos maiores contingentes de artistas e artesãos do país
Olinda parece uma galeria a céu aberto
em Pernambuco
Não há dúvida de que Olinda
concentra um dos maiores contingentes de artistas e artesãos do
país. Diante desse quadro, a cidade ocupa um espaço nobre dentro
das artes pernambucanas e, com
certeza, de todo o país.
Arte é sinônimo de vida nessa
terra, uma tradição que vem passando de geração para geração
por meio de seus artistas plásticos, seus designers, seus artesãos
e seus escultores.
A vantagem é que a arte não está
somente expressa em galerias,
ateliês e museus, mas também nas
esquinas das ruas, nas feiras e nos
mais diversos cantos de concentração popular de Olinda.
É comum, por exemplo, nas
ruas da cidade histórica, o visitante se deparar com essa multiplicidade de estilos. Faz parte do cenário olindense um artista trabalhando no fundo do quintal repleto de árvores centenárias, ali mesmo, ao ar livre.
Pinturas, esculturas, xilogravuras e os tradicionais e encantadores bonecos gigantes adornam a
cidade histórica.
Ribeira
Depois de ser restaurado no estilo original, o velho mercado, conhecido como Mercado da Ribeira, abriga hoje várias galerias de
artesanato e oficinas de entalhadores, de gravuras e de pinturas. É
um lugar recomendado para o visitante fazer suas compras.
Construção do século 16, o Mercado da Ribeira fica próximo aos
Quatro Cantos, um dos locais
mais tradicionais de Olinda.
Dizem que o edifício foi usado
como mercado de escravos. Tem
piso em tijoleira, dois alpendres
com pilastras, um salão com porta de madeira de lei contornada
por portais e um batente em pedra portuguesa, dando a impressão de um claustro conventual.
Em hipótese alguma deixe de
conhecer o terraço do Mercado
da Ribeira. De lá, tem-se uma vista impressionante do sítio histórico de Olinda, com a igreja da Sé,
uma das mais conhecidas, no alto.
Um contato direto com os artesãos pode ser feito no Alto da Sé.
As pequenas réplicas dos prédios
feitas com casca de cajazeiro podem ser compradas por preços
que variam de R$ 3 a R$ 5.
"Em breve, essa obra será uma
relíquia. Porque vai chegar um
tempo em que será difícil conseguir a casca do pé de cajá", diz o
artesão Gilson José da Silva, 35,
que trabalha no Alto da Sé.
Se tiver um tempinho a mais,
não deixe de esticar um pouco a
viagem e vá até Caruaru, considerada pela Unesco o maior centro
de arte figurativa das Américas.
Dominada pelos mestres de
barro, seguidores fiéis da figura
de Vitalino, o visitante terá plena
noção dessa arte típica nordestina
ao conhecer o Alto da Moura.
(ROBERTO DE OLIVEIRA)
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