São Paulo, segunda-feira, 28 de fevereiro de 2000


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RECIFE DAS ARTES
Cidade tem em suas esquinas e feiras um dos maiores contingentes de artistas e artesãos do país
Olinda parece uma galeria a céu aberto

em Pernambuco

Não há dúvida de que Olinda concentra um dos maiores contingentes de artistas e artesãos do país. Diante desse quadro, a cidade ocupa um espaço nobre dentro das artes pernambucanas e, com certeza, de todo o país.
Arte é sinônimo de vida nessa terra, uma tradição que vem passando de geração para geração por meio de seus artistas plásticos, seus designers, seus artesãos e seus escultores.
A vantagem é que a arte não está somente expressa em galerias, ateliês e museus, mas também nas esquinas das ruas, nas feiras e nos mais diversos cantos de concentração popular de Olinda.
É comum, por exemplo, nas ruas da cidade histórica, o visitante se deparar com essa multiplicidade de estilos. Faz parte do cenário olindense um artista trabalhando no fundo do quintal repleto de árvores centenárias, ali mesmo, ao ar livre.
Pinturas, esculturas, xilogravuras e os tradicionais e encantadores bonecos gigantes adornam a cidade histórica.

Ribeira
Depois de ser restaurado no estilo original, o velho mercado, conhecido como Mercado da Ribeira, abriga hoje várias galerias de artesanato e oficinas de entalhadores, de gravuras e de pinturas. É um lugar recomendado para o visitante fazer suas compras.
Construção do século 16, o Mercado da Ribeira fica próximo aos Quatro Cantos, um dos locais mais tradicionais de Olinda.
Dizem que o edifício foi usado como mercado de escravos. Tem piso em tijoleira, dois alpendres com pilastras, um salão com porta de madeira de lei contornada por portais e um batente em pedra portuguesa, dando a impressão de um claustro conventual.
Em hipótese alguma deixe de conhecer o terraço do Mercado da Ribeira. De lá, tem-se uma vista impressionante do sítio histórico de Olinda, com a igreja da Sé, uma das mais conhecidas, no alto.
Um contato direto com os artesãos pode ser feito no Alto da Sé. As pequenas réplicas dos prédios feitas com casca de cajazeiro podem ser compradas por preços que variam de R$ 3 a R$ 5.
"Em breve, essa obra será uma relíquia. Porque vai chegar um tempo em que será difícil conseguir a casca do pé de cajá", diz o artesão Gilson José da Silva, 35, que trabalha no Alto da Sé.
Se tiver um tempinho a mais, não deixe de esticar um pouco a viagem e vá até Caruaru, considerada pela Unesco o maior centro de arte figurativa das Américas.
Dominada pelos mestres de barro, seguidores fiéis da figura de Vitalino, o visitante terá plena noção dessa arte típica nordestina ao conhecer o Alto da Moura. (ROBERTO DE OLIVEIRA)

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