São Paulo, segunda, 28 de julho de 1997.



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O SOL É UMA FESTA
Reduto de escritores e boêmios, região das Keys, na Flórida, recebe 3 milhões de pessoas anualmente
Key West tem boa vida levada ao extremo

Silvio Cioffi/Folha Imagem
Turistas tomam limonada ao pôr-do-sol em Mallory Square, Key West


SILVIO CIOFFI
enviado especial às Keys

A região das Keys, no extremo sudoeste da Flórida (EUA), forma um colar de ilhas de coral que aponta na direção de Cuba.
Nas noites claras de Key West, que dista 210 km de Miami pela estrada Overseas Highway, dá até para ver luzes da ilha de Fidel, a 130 km na direção sul.
Nos dois extremos, é como se o espectro do escritor Ernest Hemingway, que passou parte de sua vida de aventuras entre Key West e Cuba, rondasse o mar do Caribe.
A viagem de Miami até Key West dura cerca de 40 minutos de vôo ou pouco mais de três horas de carro, passando por uma estrada moderna e repleta de pontes.
Hoje, cerca de 3 milhões de pessoas se dirigem anualmente à região, e Key West tem na casa-museu de Hemingway, no bar Sloppy Joe's e na agitada rua Duval alguns dos pontos mais visitados.
Tradicional reduto de intelectuais, Key West recebeu ao longo de sua história escritores como John Dos Passos, Elisabeth Bishop, Tennessee Williams, Truman Capote e Lillian Hellmann.
Em seu governo, de 1945 a 1952, o presidente democrata Harry Truman frequentou a Pequena Casa Branca, museu na rua Front.
O desenvolvimento das Keys
Bafejadas pela brisa que sopra entre o oceano Atlântico e o golfo do México, Key Largo, Islamorada, Marathon, as Lower Keys e finalmente Key West são cercadas por mangues e têm um ecossistema de vegetação autóctone, muitos pássaros, peixes e mamíferos.
Antigo refúgio de piratas, as Keys -que os espanhóis chamavam de Cayos- foram cedidas pela Espanha aos EUA em 1822.
A região, de importância estratégica, já produziu 90% das esponjas usadas nos EUA e foi famosa pela manufatura de charutos.
Por volta de 1846, Key West já ostentava seu imenso farol e, alguns anos depois, em 1885, tinha até bondes puxados a burro.
Mas Key West só tomou ares de cidade em 1912, com a chegada da estrada de ferro de Henry Flager, que, em alguns trechos, ainda corre paralela à Overseas Highway.
Também para as pessoas que buscam vida alternativa, para os gays e boêmios e amantes do mar, Key West se tornou um refúgio, com bons hotéis, culinária e até um tesouro, no museu Mel Fisher.
E, quando os dias acabam, Mallory Square se converte no local para celebrar o pôr-do-sol, que faz de Key West uma festa.


Silvio Cioffi, editor de Turismo, viajou a convite da Varig, Continental Airlines e The Florida Keys & Key West/Stuart Newman Associates


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