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São Paulo, segunda-feira, 28 de julho de 2003

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MAPA DA LUSOFILIA

Universidade, do século 13, é uma das primeiras do mundo; biblioteca tem madeira brasileira

Em Coimbra, a faculdade de direito guarda face antiga

ENVIADA ESPECIAL A PORTUGAL

A 117 quilômetros do Porto está Coimbra, eleita capital nacional da cultura. A principal atração da cidade é a Universidade de Coimbra, criada em 1290, uma das primeiras do mundo. Ao chegar na universidade, no topo da colina sobre a qual fica a cidade, a sensação é a de que se foi enganado.
Quem supunha encontrar um edifício do século 13 avista um pátio, fruto de um crime cometido na década de 40, obra do ditador português Antonio de Oliveira Salazar. Diversos prédios que datavam da fundação do local foram derrubados para dar lugar a outros mais modernos. Um enorme pátio de cimento é rodeado de retângulos repletos de janelas.
A face antiga de Coimbra, com construções originais, abre-se na Porta Férrea. Lá estão a faculdade de direito, a capela de São Miguel, uma capela na qual não parecem caber todos os afrescos e desenhos ali agrupados, e a biblioteca Joanina, erguida entre 1716 e 1724, com matéria-prima brasileira. Armários de pau-brasil e jacarandá guardam livros ainda usados por estudantes.
Na descida da universidade para o centro da cidade aumenta a vontade de ficar ali alguns dias. Um passeio curto amontoa conservatório musical, lojas de suvenires, livrarias -algumas tradicionais e outras, pequeninas, vendendo, por exemplo, uma mistura de revistas alternativas, livros de arte e roupas feitas por estilistas iniciantes-, cabeleireiros, cafés, bares e afins, tudo cercado por estudantes e turistas.

Ruínas
A quarta maior concentração de vestígios romanos fora da Itália fica a 15 quilômetros de Coimbra, em Conínbriga. As ruínas são dos séculos 2º, 3º e 4º. Mas há evidências de que o local tenha sido habitado no século 9º a.C.
A cidade era dominada por comerciantes romanos. A maior casa é do século 4º. Sabe-se que ela pertencia a um dos homens mais ricos da cidade, pois é a única com banheiro privado. Os outros banhavam-se no balneário, cujas ruínas estão lá também.
O mercado, o fórum, a muralha. Está tudo lá. Os arqueólogos especulam que a muralha tenha sido erguida às pressas por conta de invasões de bárbaros. Como não poderia faltar, há uma bela estrada, que talvez levasse a Roma.
Logo na entrada do parque (paga-se 3 para entrar) há uma ruína coberta. Ali está a chamada Casa do Repuxos, na qual havia uma enorme fonte com jatos d'água envolvendo os jardins.
Mosaicos cobrem o chão das casas, mostrando figuras mitológicas e símbolos. Em uma das casas, há no chão suásticas, símbolo que antes de ser adotado por Hitler significava felicidade, saudação e salvação. Além das ruínas, há um museu com objetos ali encontrados. (HELOISA LUPINACCI)


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