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MAPA DA LUSOFILIA
Universidade, do século 13, é uma das primeiras do mundo; biblioteca tem madeira brasileira
Em Coimbra, a faculdade de direito guarda face antiga
ENVIADA ESPECIAL A PORTUGAL
A 117 quilômetros do Porto está
Coimbra, eleita capital nacional
da cultura. A principal atração da
cidade é a Universidade de Coimbra, criada em 1290, uma das primeiras do mundo. Ao chegar na
universidade, no topo da colina
sobre a qual fica a cidade, a sensação é a de que se foi enganado.
Quem supunha encontrar um
edifício do século 13 avista um pátio, fruto de um crime cometido
na década de 40, obra do ditador
português Antonio de Oliveira
Salazar. Diversos prédios que datavam da fundação do local foram
derrubados para dar lugar a outros mais modernos. Um enorme
pátio de cimento é rodeado de retângulos repletos de janelas.
A face antiga de Coimbra, com
construções originais, abre-se na
Porta Férrea. Lá estão a faculdade
de direito, a capela de São Miguel,
uma capela na qual não parecem
caber todos os afrescos e desenhos ali agrupados, e a biblioteca
Joanina, erguida entre 1716 e 1724,
com matéria-prima brasileira.
Armários de pau-brasil e jacarandá guardam livros ainda usados
por estudantes.
Na descida da universidade para o centro da cidade aumenta a
vontade de ficar ali alguns dias.
Um passeio curto amontoa conservatório musical, lojas de suvenires, livrarias -algumas tradicionais e outras, pequeninas, vendendo, por exemplo, uma mistura de revistas alternativas, livros
de arte e roupas feitas por estilistas iniciantes-, cabeleireiros, cafés, bares e afins, tudo cercado por
estudantes e turistas.
Ruínas
A quarta maior concentração de
vestígios romanos fora da Itália fica a 15 quilômetros de Coimbra,
em Conínbriga. As ruínas são dos
séculos 2º, 3º e 4º. Mas há evidências de que o local tenha sido habitado no século 9º a.C.
A cidade era dominada por comerciantes romanos. A maior casa é do século 4º. Sabe-se que ela
pertencia a um dos homens mais
ricos da cidade, pois é a única com
banheiro privado. Os outros banhavam-se no balneário, cujas
ruínas estão lá também.
O mercado, o fórum, a muralha.
Está tudo lá. Os arqueólogos especulam que a muralha tenha sido
erguida às pressas por conta de
invasões de bárbaros. Como não
poderia faltar, há uma bela estrada, que talvez levasse a Roma.
Logo na entrada do parque (paga-se 3 para entrar) há uma ruína coberta. Ali está a chamada Casa do Repuxos, na qual havia uma
enorme fonte com jatos d'água
envolvendo os jardins.
Mosaicos cobrem o chão das casas, mostrando figuras mitológicas e símbolos. Em uma das casas,
há no chão suásticas, símbolo que
antes de ser adotado por Hitler
significava felicidade, saudação e
salvação. Além das ruínas, há um
museu com objetos ali encontrados.
(HELOISA LUPINACCI)
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