ENVIADA ESPECIAL A PORTUGAL

Na região da Estremadura, o forte são as frutas. Além das uvas, crescem pêras e maçãs no solo dessa tripa de terra que vai de Leiria até bem pertinho de Lisboa. Com boa vontade, sente-se o aroma de frutas no ar. Estrelas dos campos verdejantes, as quintas dali abrem suas portas para quem marcar a visita com antecedência.
Uma dessas quintas é a dos Loridos, cujo forte é a produção de vinhos espumantes. A casa da propriedade foi erguida em 1439. A empresa JP Vinhos comprou a quinta em 1989.
As uvas usadas nos espumantes são a castelão, a Fernão Pires e a francesa chadornnay.
Para fazer espumantes, as uvas devem ser esmagadas com leveza, para que os tingimentos que ficam na casca não passem para o bago. O produto da esmagação é colocado em cubas de aço inoxidável e depois segue para um depósito. Então, o vinho é engarrafado, e as garrafas são colocadas em estantes. Ali elas sofrem, por 21 dias, 14 movimentações específicas, feitas, nesse caso, pelo rosado Anibal Figueiredo, 53, que trabalha há 36 anos na quinta.
Ele começou a movimentar as garrafas em 1989. Antes, Figueiredo tinha outros afazeres. Sobre o aprendizado da rotina de movimentos, desdenha: "No primeiro dia, sente-se um bocadinho, depois não. Foi mais ou menos difícil aprender". Se pedir com carinho, Figueiredo pára a explicação e deixa o visitante colocar o lacre na garrafa usando uma máquina específica para isso.
Comprar espumantes na quinta é um bom negócio. A garrafa mais barata -de espumante brut feito com castas nacionais- sai por 2,90. A mais cara, de chadornnay, custa 10,90. A quinta dos Loridos fica em Bombarral; visitas devem ser agendadas pelo tel.: 00/ xx/351/26/2605-240.
Ali pertinho, em Merceana, fica a quinta da Boavista, pertencente à casa Santos Lima, uma das mais célebres produtoras de vinhos portugueses. Um deles, o Touriz 2001, venceu o prêmio International Wine Challenge numa feira de vinhos no Reino Unido no ano passado. A propriedade tem uma característica ímpar: há um osso de dinossauro no quintal da casa, e o solo no qual são plantadas as uvas é repleto de fósseis. Ao lado da casa, há um pequeno rancho onde ficam expostas peças que eram usadas na fazenda há muitos anos. Agendamento de visitas podem ser feitos pelo tel.: 00/xx/ 351/26/376-0621.
Especial no meio de tantas quintas, a do Sanguinhal é a coroação de um dia de passeios e trechos de estradas. Com sebes em forma de labirinto, bancos de jardim dignos de cenário de filmes românticos e uma sala que antes era usada como lagar transformada em sala de jantar, essa quinta convida à preguiça. Ela fica em Bombarral. A dica é ligar antes e sondar quais são as possibilidades de jantar ali.
As chances aumentam se os visitantes formarem um grupo. O jantar, à luz de velas, acontece na sala dos lagares. Para falar com a quinta, o telefone é 00/xx/351/26/ 260-9190. Fale com Alexandra ou com Cristina Pereira.
(HELOISA LUPINACCI)


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