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TRAÇADO PANTANEIRO
Cidade serviu de cenário para Guerra do Paraguai
Leonardo Wen/Folha Imagem
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Menino passa diante de fachada de edifício de um antigo hotel desativado em área com prédios tombados pelo Iphan |
Com 65 mil km2, Corumbá guarda farta arquitetura do século 19 e construções históricas deterioradas
DO ENVIADO ESPECIAL A CORUMBÁ (MS)
Ponto de apoio para o turismo pantaneiro, Corumbá revela-se uma rica fonte de conhecimento histórico e cultural.
Palco da Guerra da Tríplice
Aliança, quando o Brasil se juntou à Argentina e ao Uruguai
para juntos derrotarem o Paraguai, Corumbá chegou a ser
ocupada pelas tropas paraguaias durante dois anos, de
1865 a 1867. A praça da República, no centro, foi o palco da
última batalha, quando o governo brasileiro reagiu e conseguiu expulsar os invasores.
A cidade foi construída por
encomenda do governo português, com a intenção de evitar a
invasão espanhola em terras
brasileiras. Em 1778, foi inaugurado o arraial Nossa Senhora
da Conceição de Albuquerque.
Mais tarde, passou a se chamar
Corumbá -como os índios locais chamavam a região.
Com a abertura dos portos
brasileiros e com o comércio
junto a outros países latino-americanos, Corumbá chegou a
ter o terceiro maior porto da
América Latina, o que durou
até cerca de 1930. Com o comércio ferroviário, iniciado na
década de 1950, o fluvial começou a declinar. Hoje, as maiores
fontes de renda da cidade são
turismo e comércio, além de
pecuária e mineração.
Hoje trata-se do segundo
maior município do Brasil, com
65 mil km2. Engloba cerca de
35% da área total do Pantanal e
é tão grande que há até um outro município dentro dele. De
acordo com o censo de 2000,
possui 95 mil habitantes.
As ruas são bastante largas,
se comparadas às de outras capitais. O traçado urbano foi todo planejado, acompanhando o
curso do rio Paraguai. Ficou
determinado que as árvores
deveriam ficam nas ruas e não
nas calçadas, para não atrapalhar o movimento de pedestres. Não estranhe ao ver uma
árvore para fora da calçada.
Também a expressão arquitetônica da época de fartura está espalhada por toda Corumbá, mas é o Casario do Porto,
em frente ao cais, o maior conjunto preservado de prédios e
casarões históricos. São cerca
de 80 imóveis do século 19,
com influência da arquitetura
européia, tombados pelo Iphan
(Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional),
além de mais 700 imóveis com
possibilidade de tombamento.
Apesar da importância histórica, Corumbá tem sido alvo de
esquecimento por parte do poder público. Os prédios históricos estão bastante deteriorados, muitos abandonados e
com risco de desabamento,
mesmo os já tombados. A prefeitura local e o Ministério da
Integração Nacional têm investido no fomento ao turismo
na região apenas nos últimos
anos. A intenção é construir
balcões de informação no aeroporto e na rodoviária, construir
e reformar museus, fazer placas de sinalização turística e
capacitar funcionários: camareiras, guias, taxistas etc.
Outro atrativo é a fronteira
com a Bolívia. É possível comprar produtos importados e artesanato boliviano nas zonas
francas de Puerto Suarez e
Puerto Quijarro.
(LEONARDO WEN)
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