São Paulo, segunda-feira, 29 de janeiro de 2001

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Cidades querem ser grife turística

DA ENVIADA ESPECIAL

Desde que assumiu a Presidência da Argentina, Fernando de la Rúa diz que uma de suas prioridades é intensificar o turismo no país. Para receber parte dos US$ 12 milhões que a Secretaria de Turismo (Sectur) tem para gastar com a promoção turística entre os estrangeiros, as três cidades do chamado Corredor Patagônico -Puerto Madryn, Ushuaia e Calafate- se juntaram.
Com o objetivo de tornar conhecida a região, os governos das três cidades estão preparando uma estratégia de marketing, que deve ficar pronta em dois anos. A idéia é criar uma marca que "venda" os três destinos.
"Os brasileiros conhecem apenas Buenos Aires e Bariloche. E o que sabem da Patagônia? Talvez a associem à idéia de frio, que, dá para ver, não é bem real aqui em Madryn", diz o secretário de Turismo de Puerto Madryn, Hector T. Morales.
Apesar de o plano ainda não estar terminado, os prefeitos das cidades acreditam em um aumento no número de turistas brasileiros já no próximo inverno, que é baixa temporada na região. E esse otimismo tem uma razão de ser: os investimentos privados.
Cada cidade montou as suas parcerias e está dando incentivos fiscais para as empresas que apostarem no turismo.
Puerto Madryn, por exemplo, está com novos hotéis, três inaugurados no segundo semestre de 2000. Ushuaia tem um novo centro de inverno, o Cerro Castor, no qual foram investidos US$ 13 milhões -em troca, os investidores poderão explorá-lo por 25 anos.
Em Calafate, um novo aeroporto foi inaugurado -antes, chegar à cidade só era possível em aeronaves pequenas e em vôos com muitas conexões.
Para Alexis Simonovic, secretário de Turismo de Calafate, a inauguração do aeroporto internacional da cidade é o primeiro passo para a "integração aérea" da região.
"Já contatamos (as prefeituras das três cidades) as companhias aéreas Aerolineas Argentinas e Lapa. Queremos criar uma parceria para que uma delas crie uma passagem que dê direito aos três destinos, com preço promocional", disse Simonovic.
A partir do final de janeiro já haverá vôos regulares para Calafate direto de Buenos Aires e Bariloche. Hoje, é necessário fazer escala em Trelew.
Os representantes das três cidades também pretendem confeccionar material promocional em português para atrair mais brasileiros, que, segundo eles, ainda chegam em número insignificante. Atualmente, 50% dos turistas que visitam a Patagônia são argentinos. Brasileiros, asiáticos e africanos correspondem a apenas 10% dos turistas da região. (MR)



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