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ÁFRICA
Em Benguela, prédios vazios são como registro histórico
Cidades com clima pacato conquistam com praias de areias claras e com a simpatia dos seus moradores
EM ANGOLA
Benguela, Lobito e a barra do
Kuanza são os lugares indicados para conhecer uma Angola
mais tranquila. Benguela é a segunda cidade mais importante
de Angola. Fica a 30 km do porto de Lobito. Há uma linha de
trem, em restauração, que liga
Lobito a Benguela.
Na guerra civil, pontes foram
bombardeadas, e inúmeras minas foram instaladas no trecho
que é tido como um dos passeios mais pitorescos do país.
Um acordo com o governo
chinês estabeleceu o fim das
obras de recuperação do trajeto
em um período de 30 meses, ao
preço de US$ 300 milhões.
As duas cidades têm clima
pacato e praias de areias claras.
Há boas opções de hospedagem, mas é a simpatia dos habitantes que torna a estada por ali
muito agradável.
Há muitos edifícios ainda
abandonados. Grandes prédios
corporativos e mansões à beira-mar cobertas de poeira e rachaduras relembram um período de pujança econômica da
antiga colônia portuguesa. Diferentemente de Luanda, aqui
poucos desses prédios foram
invadidos. Essas testemunhas
de concreto das décadas passadas guardam um estilo histórico único, que pode se perder
quando forem reformadas para
reutilização.
Saindo de Luanda, o viajante
que enfrenta as perigosas estradas do país começa a descobrir
a paisagem africana. Florestas
de baobás se revezam com cemitérios de automóveis e musseques, povoados pobres com
pequenas habitações cor de
terra que se mimetizam com as
montanhas.
Os baobás são um símbolo da
África. Originárias da ilha de
Madagascar, as árvores gigantes de tronco largo perdem as
folhas durante a seca e dão um
fruto alongado, com a forma de
uma bola de futebol americano,
chamado múcua. O tronco de
algumas delas chega a atingir
sete metros de diâmetro.
Não muito distante da capital, um dos principais pontos
turísticos é o Miradouro da
Lua, região de falésias que se
estende por quilômetros em
frente ao mar e proporciona
uma paisagem que parece de
outro planeta, daí seu nome.
Nos fins de semana, no mercado do Benfica -20 km ao sul
de Luanda- cerca de cem tendas vendem esculturas, tecidos
e outros tipos de artesanato.
Pechinche, pois os preços podem ser inflacionados ao dobro
ou até mais.
(MARCELO PLIGER)
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