São Paulo, segunda-feira, 29 de abril de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

LADO B

Metrópole abriga belezas inusitadas que se revelam em passeio de barco às ilhas Cagarras ou de jipe à pedra Bonita

Rio oculta sua 3ª face entre o morro e o mar

Silvio Cioffi/Folha Imagem
DO AR A paisagem carioca, dominada pelo morro do Pão de Açúcar e pela baía da Guanabara, vista a partir de passeio em helicóptero


SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

Há um Rio turístico, que é de janeiro, feito de visitas ao Corcovado e ao Pão de Açúcar, de passeios pelas calçadas de Copacabana, de Ipanema e da Barra da Tijuca.
Há um Rio que é de fevereiro ou de março, dominado pelo Carnaval, pela riqueza dos sambas-enredo e das escolas de samba.
Mas também há um Rio alternativo, imerso em natureza, que se esconde o ano inteiro até dos cariocas mais renitentes: no alto dos morros, na floresta da Tijuca, ao redor das ilhas Cagarras.
Esse Rio inusitado e recôndito, separado da agitação da metrópole por um passeio de jipe ou de barco, se apresenta escancarado em tours hoje já oferecidos por operadoras de turismo.
Com algum preparo físico, dá para explorar com segurança essa natureza que rodeia a cidade.
O passeio às ilhas Cagarras tem início na marina da Glória; já o jipe tour pode terminar na trilha que dá acesso ao topo da pedra Bonita, com uma vista de 360 -ao norte, bem de frente, a pedra da Gávea, a oeste, a Barra e Jacarepaguá, e a leste, os morros Agulhinha, Crocaine, Dois Irmãos e a serra da Carioca. Há jipes que também vão à Rocinha, de onde, novamente, a metrópole e a mata se revelam em ângulos inusitados.
Descoberto há 500 anos pela expedição de Gaspar de Lemos, que julgou ter encontrado a foz de um rio, no dia do Ano Novo, em 1502, o Rio de Janeiro virou capital do Brasil em 1763, por decisão da Coroa portuguesa. Em 1808, quando as tropas de Napoleão invadiram Portugal, foi a vez de a capital receber a Corte -e 10 mil pessoas. Já em 1960, no governo de JK, o Rio perdeu o status de capital do Brasil para Brasília, a cidade saída da prancheta de Niemeyer.
Debruçada entre as montanhas e o mar, ocupada por prédios à beira-mar e por um emaranhado de casas que nunca acabam de subir os morros, o Rio enfrenta o trânsito, a violência e a poluição, mas não perde a majestade.
E para admirar melhor seu contorno, vale atravessar a ponte e ir ao Museu de Arte Contemporânea só para ver o pôr-do-sol.


Silvio Cioffi viajou a convite da Associação Brasileira da Indústria de Hotéis do Estado do Rio de Janeiro (Abih-RJ)


Texto Anterior: Além do Corcovado: Turista prefere fazer programa de carioca
Próximo Texto: Pacotes
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.