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LADO B
Visitante é ciceroneado pelo líder comunitário Amendoim, ex-participante de "No Limite" e candidato a deputado
Rocinha recebe turista com honra de Estado
DO ENVIADO ESPECIAL AO RIO
Com mais de 200 mil habitantes, a favela da Rocinha virou oficialmente um bairro há dez anos,
em 1992, quando passou a ser
uma região administrativa.
Assim, a Rocinha, que conta
com 2.500 estabelecimentos comerciais, não é, a rigor, uma favela, mas, sim, um bairro.
Hoje, além de administração regional, sua infra-estrutura conta
com duas linhas de ônibus (546 e
591), dois bancos (Caixa Econômica e Banerj), duas rádios (Katana FM e Rocinha), três casas de
show, escola de samba (Acadêmicos da Rocinha), quatro escolas,
agência de correio, três jornais
("Correio Zona Sul", "O Katana"
e "O Noticiário"), além de dois supermercados, dois postos de saúde, uma empresa de ônibus e dois
laboratórios fotográficos.
Rocinha em site
O seu site (www.rocinha.com.br) fornece informações on-line sobre a comunidade
em várias línguas. Mas o que impressiona quando se visita o morro é o sentido de solidariedade.
A operadora Triple M (tel. 0/
xx/21/2220-6400) e o jipe tour literalmente dirigido por Assad Mene (tel. 0/xx/21/9343-3380) levam
turistas ao topo do morro.
Nesses passeios, grupos de visitantes são ciceroneados por guias
como Amendoim, um líder comunitário que participou do programa televisivo "No Limite" e
agora se candidata a deputado federal pelo PC do B.
O tour é revelador, mostra um
bairro pujante e relativamente organizado, que faz festa para o turista estrangeiro e recebe todo visitante com honras de Estado.
Servida por uma estrada principal tortuosa, onde muitas vezes jipes que levam turistas e os ônibus
locais trafegam em "mão inglesa",
a Rocinha parece ser mais segura
na parte alta.
O passeio de jipe passa por mirantes importantes, reveladores
da beleza do Rio, de São Conrado
e das montanhas ao redor. Nesses
belvederes há venda de artesanato
-carrinhos de papelão, aquarelas de paisagens do local e camisetas temáticas, por exemplo.
Nessas visitas, o casario tortuoso de alvenaria -que nunca pára
de lançar extensões- e os inúmeros becos e vielas parecem ser
muito mais ajeitados do que se
imagina do "asfalto". Também
chama a atenção de quem desce o
morro a pé o emaranhado de fios
elétricos e de canos finos de água.
Na parte baixa da Rocinha há, entretanto, lixo em quantidade.
(SILVIO CIOFFI)
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