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Reconstruída, Agadir tem praia, exotismo e balada
Após terremoto, cidade na costa atlântica teve que começar do zero
Da antiga fortaleza,o turista tem uma vista espetacular do porto e das montanhas que emolduram Marrocos
REINALDO JOSÉ LOPES
ENVIADO ESPECIAL A AGADIR
O visitante mais descuidado nem repararia no portão
da antiga mesquita, cujo arco
mal aflora do chão repleto de
pedregulhos. Restou pouco
da antiga "kasbah" (fortaleza) de Agadir, destruída por
um terremoto de proporções
bíblicas em 1960.
Desde então, a cidade na
costa atlântica de Marrocos
foi reconstruída praticamente do zero, com uma rede de
hotéis colada às belas praias
do lugar. É quase uma Punta
del Este marroquina: sol intenso de verão, vento gelado
soprando do mar.
Ocidentais com gosto apenas moderado pelo exotismo
têm tudo para se sentir em
casa em Agadir, até porque a
cidade recebe principalmente turistas da França, da Alemanha e do Reino Unido.
É quase impossível achar
garçons, taxistas ou guias
que não falem inglês, francês
e um pouquinho de alemão.
Além das praias, Agadir é
sinônimo de balada. Os cassinos e as danceterias estão
por toda parte, em geral agregados aos hotéis da orla.
Na hora de comer, garoupas, linguados e outros peixes são uma boa opção. E há,
claro, o onipresente cordeiro,
temperado com cominho.
ORGULHO BERBERE
Antes das praias e dos cassinos, não dá para dispensar
uma subida à antiga "kasbah", por uma estrada tortuosa e de pista única, mas
bem pavimentada. Vale a pena pegar um táxi até o lugar
(por 200 dirhams, ou cerca
de R$ 30, é possível conseguir um city tour com uma
ida ao velho forte).
Morro acima, fica claro
porque os antigos senhores
da guerra berberes escolheram o lugar para sua fortaleza. A posição permite uma
vista espetacular, e claramente estratégica, do atual
porto de Agadir e também
das encostas do Atlas (a cadeia de montanhas que domina o interior do Marrocos).
Aliás, foi assim que Agadir
ganhou seu nome, que em
berbere significa algo como
"lugar murado".
Diante dos muros com seteiras, não é difícil imaginar
os antigos berberes de olho
em expedições fenícias chegando pelo litoral ou, milênios mais tarde, espionando
naus portuguesas (Portugal
estabeleceu uma feitoria de
curta duração na área no começo do século 16).
Hoje, porém, a única guerra na "kasbah" de Agadir é
com os camelôs, que já vão
colocando braceletes e colares no corpo do visitante
mais distraído.
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