São Paulo, quinta-feira, 29 de julho de 2010

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Reconstruída, Agadir tem praia, exotismo e balada

Após terremoto, cidade na costa atlântica teve que começar do zero

Da antiga fortaleza,o turista tem uma vista espetacular do porto e das montanhas que emolduram Marrocos


REINALDO JOSÉ LOPES
ENVIADO ESPECIAL A AGADIR

O visitante mais descuidado nem repararia no portão da antiga mesquita, cujo arco mal aflora do chão repleto de pedregulhos. Restou pouco da antiga "kasbah" (fortaleza) de Agadir, destruída por um terremoto de proporções bíblicas em 1960.
Desde então, a cidade na costa atlântica de Marrocos foi reconstruída praticamente do zero, com uma rede de hotéis colada às belas praias do lugar. É quase uma Punta del Este marroquina: sol intenso de verão, vento gelado soprando do mar.
Ocidentais com gosto apenas moderado pelo exotismo têm tudo para se sentir em casa em Agadir, até porque a cidade recebe principalmente turistas da França, da Alemanha e do Reino Unido.
É quase impossível achar garçons, taxistas ou guias que não falem inglês, francês e um pouquinho de alemão.
Além das praias, Agadir é sinônimo de balada. Os cassinos e as danceterias estão por toda parte, em geral agregados aos hotéis da orla.
Na hora de comer, garoupas, linguados e outros peixes são uma boa opção. E há, claro, o onipresente cordeiro, temperado com cominho.

ORGULHO BERBERE
Antes das praias e dos cassinos, não dá para dispensar uma subida à antiga "kasbah", por uma estrada tortuosa e de pista única, mas bem pavimentada. Vale a pena pegar um táxi até o lugar (por 200 dirhams, ou cerca de R$ 30, é possível conseguir um city tour com uma ida ao velho forte).
Morro acima, fica claro porque os antigos senhores da guerra berberes escolheram o lugar para sua fortaleza. A posição permite uma vista espetacular, e claramente estratégica, do atual porto de Agadir e também das encostas do Atlas (a cadeia de montanhas que domina o interior do Marrocos).
Aliás, foi assim que Agadir ganhou seu nome, que em berbere significa algo como "lugar murado".
Diante dos muros com seteiras, não é difícil imaginar os antigos berberes de olho em expedições fenícias chegando pelo litoral ou, milênios mais tarde, espionando naus portuguesas (Portugal estabeleceu uma feitoria de curta duração na área no começo do século 16).
Hoje, porém, a única guerra na "kasbah" de Agadir é com os camelôs, que já vão colocando braceletes e colares no corpo do visitante mais distraído.


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