São Paulo, segunda, 29 de setembro de 1997.



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ESCANDINÁVIA
País vai à final da Davis
Borg fez do tênis sueco a bola da vez

FERNANDA PAPA
da Reportagem Local

Entre os dias 28 e 30 de novembro, a Suécia receberá os Estados Unidos para disputar o título da Copa Davis 1997, a maior competição de tênis por países do mundo.
O time, liderado por Jonas Bjorkman, tentará ser campeão da Davis pela sexta vez, depois dos triunfos em 1975, 84, 85, 87 e 94. Os EUA já venceram 31 vezes.
A boa performance sueca até a fase semifinal da competição -na qual venceu a Itália, na semana passada-, sem falar no circuito profissional da ATP (Associação dos Tenistas Profissionais), reflete a tradição do país no esporte.
Bjorkman, 25, que eliminou o brasileiro Gustavo Kuerten, 21, do Aberto dos EUA, no início do mês, em Nova York, ocupa a 13ª colocação no ranking. Nasceu na pequena cidade de Vaxjo.
Thomas Enqvist, 23, segundo jogador da equipe e nascido em Estocolmo, é o 15º da lista, na qual já ocupou a 6ª colocação no início da temporada.
Niklas Kulti, 26, também de Estocolmo, é o 12º duplista do mundo. Ele e Bjorkman formam a sexta melhor parceria do circuito.
Magnus Larsson, 27, quarto jogador da equipe e nascido na cidade de Olofstrom, é o 25º do ranking da ATP.
A era Borg
Desde os anos 60 a Suécia tem sido bem representada no circuito mundial. Naquela época, obteve reconhecimento com Jan Erik Lunquist e Uls Schmidt.
Mas foi em 1974 que um certo Bjorn Borg, aos 18 anos, colocou o país no trono do tênis mundial, vencendo o Aberto da França.
Dali até 1981, ganhou esse torneio outras cinco vezes, além de ter conquistado cinco títulos de Wimbledon e chegado a quatro finais do Aberto dos EUA.
Em 1977, ocupava a primeira colocação do ranking mundial. Já afastado das quadras, em 1985, Borg foi nomeado embaixador do turismo da Suécia.
O país era sinônimo de Bjorn Borg, o "ice-borg", conhecido assim por sua frieza na quadra.
Nascido na pequena Sodertaljie, perto de Estocolmo, Borg inspirou a prática do tênis em seu país, que, desde então, pôs outros 11 tenistas entre os 10 melhores do mundo.
Mantendo a tradição
Mats Wilander, em 1988, e Stefan Edberg, em 1990, foram os dois que também alcançaram a liderança do ranking mundial.
Wilander, 33, nascido em Vaxjo e considerado discípulo de Borg, conservou o estilo de jogo no fundo da quadra aliado ao eficiente "top spin". Venceu os Abertos da Austrália e da França, em Roland Garros, 3 vezes e também soma 1 título do Aberto dos EUA.
Edberg, 31, por sua vez, inovou e encantou o mundo com seu jogo de saque-voleio, marca registrada do jogador, bicampeão de Wimbledon e do Aberto dos EUA e dono de um título no Aberto da Austrália. Natural da cidade de Vastervik, aposentou-se no ano passado.
Ele também foi o primeiro do mundo nas duplas, feito que divide apenas com o norte-americano John McEnroe.
Fora das quadras, Edberg seguiu o exemplo de Borg na divulgação da Suécia e participou da campanha de apoio à candidatura de Estocolmo para a Olimpíada de 2004.
Borg também promoveu a candidatura da cidade, que perdeu para a grega Atenas.
Atualmente, há quadras de tênis públicas em quase todas as cidades do país, e 50 suecos estão disputando o circuito profissional.
Seis deles (Bjorkman, Enqvist, Larsson, Magnus Norman, Thomas Johansson, Magnus Gustafsson e Mikael Tillstrom) estão entre os 80 melhores do mundo.
A Federação Sueca de Tênis mantém programas para crianças, adotando equipamento especial, com raquetes mais leves e redes mais baixas.
O método foi exportado para várias partes do mundo, inclusive para o Brasil.



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