São Paulo, quinta-feira, 29 de setembro de 2011

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Na Toscana, fórmula do chianti clássico foi criada por barão

Bettino Ricasoli, que já foi primeiro-ministro da Itália, elaborou a receita do tradicional vinho no ano de 1872

Castelo construído com pedras que estão entre os vinhedos foi erguido na Idade Média; família faz vinhos desde 1141

Rafael Mosna/Folhapress
Vista da vinícola Barone Ricasoli, comandada pelo barão Francesco Ricasoli, bisneto do criador da fórmula do chianti, barão Bettino Ricasoli, primeiro-ministro italiano no séc. 19

DO ENVIADO À ITÁLIA

Ele é o orgulho do barão. O chianti clássico é um vinho tinto que tem como base a uva sangiovese. Sua criação é creditada a Bettino Ricasoli, que, em 1872, escreveu a fórmula do chianti.
"É meu orgulho. Não é um vinho barato, mas também não é caro. E você pode encontrá-lo na Itália, em São Paulo, em Tóquio...", conta o barão Francesco Ricasoli, que hoje comanda a vinícola Barone Ricasoli. Ele é bisneto do barão Bettino -primeiro-ministro italiano entre 1861 e 1862 e entre 1866 e 1867.
De seus rótulos, o Chianti del Barone, básico, sai por R$ 65 no Brasil ( 13 na Itália), e o Castello di Brolio Chianti Classico, de uvas selecionadas, custa R$ 298 ( 32 por lá).
Situada em Brolio, na Toscana, a propriedade de 1.200 hectares tem entre 700 ha e 800 ha de bosque, sendo 250 hectares de vinhas. São parreiras que, de longe, parecem um grande tapete verde em um sobe e desce de colinas.
Ao fundo, está um castelo erguido em época medieval a partir de pedras albereses -duras, elas fazem parte do solo local e estão entre alguns dos vinhedos: refletem a luz do sol e distribuem o calor.
O castelo di Brolio (www.ricasoli.it; 5 a entrada ou 8 a entrada com guia) teve importante papel na Idade Média, pois se localizava em território fronteiriço entre Siena e Florença. A edificação foi destruída em numerosas batalhas históricas, tendo sido bombardeada pelos espanhóis durante o século 15 e sido palco de ataques na Segunda Guerra Mundial.
É possível visitar o interior, mas a programação é bem restrita. Ficam de fora, por exemplo, grandes salas (ou cômodos que não sejam estritamente montados para o turista ver) e adegas (em uma vinícola em produção desde 1141!). No final, com gostinho de "quero mais", são os jardins externos -e o onipresente tapete verde ao seu redor- que rendem mais cliques.

O VINHO SANTO
De produção complicada e custosa, o vin santo (clássico) é um dos vinhos mais tradicionais produzidos na Toscana. Docinho, é geralmente apreciado para acompanhar sobremesas -ou pode, sozinho, finalizar a refeição.
"O vin santo clássico é feito de uva mavasia e envelhece por um longo tempo", explica Francesco.
(RAFAEL MOSNA)


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