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NOVA ZELÂNDIA
Museu preserva história pré-erupção
Vulcão criou nova geografia na região
do enviado à Nova Zelândia
"Estava dentro do hotel. De repente, o chão começou a tremer, e
ouvi um estrondo. Olhei pela janela e vi uma nuvem negra, que
crescia no céu em três colunas de
fogo acompanhadas por descargas elétricas. Depois de alguns minutos, surgiu um vento fortíssimo, espalhando lava e rochas
quentes em todas as direções e
destruindo tudo."
Esse depoimento, concedido
pelo inglês Joseph McRae aos jornais de sua época, resume o que
foi a erupção do monte Tarawera,
na madrugada do dia 10 de junho
de 1886. McRae foi um dos poucos sobreviventes da explosão e
viu o seu hotel, o Rotomahana,
ser destruído pela força da fúria
da natureza.
A erupção soterrou o vilarejo Te
Wairoa, matando cerca de 150
pessoas, entre maoris e turistas
ingleses.
O acidente, que transfigurou a
geografia local, destruiu também
as Terraces, dois gigantescos
complexos de piscinas naturais,
formadas em cascata.
As águas quentes das Terraces
atraíam a presença dos ingleses.
Eles deixavam a Europa movidos
pela crença de que os banhos nas
piscinas naturais tinham efeitos
curativos.
História enterrada
A memória de Te Wairoa e das
Terraces está hoje guardada no
museu Buried Village (Vilarejo
Enterrado), que fica a 20 quilômetros do centro da cidade de Rotorua. O museu foi erguido no mesmo local em que ficava Te Wairoa
e que abriga as ruínas da vila, resgatadas por arqueólogos e historiadores.
Quem vai ao local pode ver os
destroços do hotel Rotomahana e
algumas réplicas das construções
maoris que existiam no vilarejo.
Antes de entrar nos sítios arqueológicos, os visitantes do museu Buried Village (www.buriedvillage.co.nz) passam por uma galeria que conta como era o
cotidiano dos habitantes do vilarejo antes da explosão.
O museu também descreve como foi a erupção e relata os trabalhos de resgate das vítimas.
Dentro do vulcão
A história do monte Tarawera
também pode ser conhecida "in
loco". Algumas operadoras de
Rotorua oferecem tours de exploração da cratera formada depois
da erupção.
No passeio, os visitantes são
conduzidos a uma escalada de
cerca de 40 minutos até o topo do
monte, a uma altitude de 1.100
metros. Nesse ponto começa a
descida que leva ao centro da cratera, cuja profundidade é de 213
metros.
Durante a caminhada, os guias
explicam a formação rochosa da
cratera e também contam toda a
história da erupção.
Em média, os pacotes para explorar o monte Tarawera saem
por NZ$ 70. Os passeios duram
quatro horas.
O preço inclui transporte de jipe
até a base do monte. No final da
expedição, o turista recebe um
certificado de sobrevivência.
(LEONARDO CRUZ)
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