São Paulo, Segunda-feira, 29 de Novembro de 1999


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NOVA ZELÂNDIA
Museu preserva história pré-erupção
Vulcão criou nova geografia na região

do enviado à Nova Zelândia

"Estava dentro do hotel. De repente, o chão começou a tremer, e ouvi um estrondo. Olhei pela janela e vi uma nuvem negra, que crescia no céu em três colunas de fogo acompanhadas por descargas elétricas. Depois de alguns minutos, surgiu um vento fortíssimo, espalhando lava e rochas quentes em todas as direções e destruindo tudo."
Esse depoimento, concedido pelo inglês Joseph McRae aos jornais de sua época, resume o que foi a erupção do monte Tarawera, na madrugada do dia 10 de junho de 1886. McRae foi um dos poucos sobreviventes da explosão e viu o seu hotel, o Rotomahana, ser destruído pela força da fúria da natureza.
A erupção soterrou o vilarejo Te Wairoa, matando cerca de 150 pessoas, entre maoris e turistas ingleses.
O acidente, que transfigurou a geografia local, destruiu também as Terraces, dois gigantescos complexos de piscinas naturais, formadas em cascata.
As águas quentes das Terraces atraíam a presença dos ingleses. Eles deixavam a Europa movidos pela crença de que os banhos nas piscinas naturais tinham efeitos curativos.

História enterrada
A memória de Te Wairoa e das Terraces está hoje guardada no museu Buried Village (Vilarejo Enterrado), que fica a 20 quilômetros do centro da cidade de Rotorua. O museu foi erguido no mesmo local em que ficava Te Wairoa e que abriga as ruínas da vila, resgatadas por arqueólogos e historiadores.
Quem vai ao local pode ver os destroços do hotel Rotomahana e algumas réplicas das construções maoris que existiam no vilarejo.
Antes de entrar nos sítios arqueológicos, os visitantes do museu Buried Village (www.buriedvillage.co.nz) passam por uma galeria que conta como era o cotidiano dos habitantes do vilarejo antes da explosão.
O museu também descreve como foi a erupção e relata os trabalhos de resgate das vítimas.

Dentro do vulcão
A história do monte Tarawera também pode ser conhecida "in loco". Algumas operadoras de Rotorua oferecem tours de exploração da cratera formada depois da erupção.
No passeio, os visitantes são conduzidos a uma escalada de cerca de 40 minutos até o topo do monte, a uma altitude de 1.100 metros. Nesse ponto começa a descida que leva ao centro da cratera, cuja profundidade é de 213 metros.
Durante a caminhada, os guias explicam a formação rochosa da cratera e também contam toda a história da erupção.
Em média, os pacotes para explorar o monte Tarawera saem por NZ$ 70. Os passeios duram quatro horas.
O preço inclui transporte de jipe até a base do monte. No final da expedição, o turista recebe um certificado de sobrevivência.
(LEONARDO CRUZ)

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