São Paulo, segunda, 29 de dezembro de 1997.



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COSTA AZUL
Água límpida e transparente compensa a falta de areia nas praias da região cercada por montes com neve
Charme resume toda a Riviera Francesa

LUIZ CAVERSAN
enviado especial a Côte d'Azur

Um mar azul, de um azul profundo, é o que chama a atenção primeiro.
Depois vêm as belas estradas costeiras, as praias sem areia, mas cuja água transparente compensa o cascalho à beira mar.
A seguir, nota-se, ao se voltar as costas para o Mediterrâneo, que tudo é cercado ao longe por um conjunto encantador de montanhas -a neve nos cumes serve para lembrar que, sim, estamos no frio hemisfério Norte.
Por fim, vê-se a gente e suas casas. São franceses cordiais, que nada têm a ver com o impaciente parisiense, e que desenvolvem um particular estilo de vida junto a conjuntos arquitetônicos notáveis. E arte, muita arte.
Da construção medieval de St-Paul-de-Vence ao castelo secular de Cap d'Antibes, dos sobrados embandeirados de Mougins às ruas badaladas de Cannes, passando pelas vielas estreitas de Grasse, entre fábricas de perfumes, e pelos museus da antiga Nice, com todas as suas histórias de gregos, romanos, arte e Carnaval, cores, temperos e sabores.
Tudo isso torna Côte d'Azur, a Riviera Francesa, uma porção particular do planeta.
Charme
Charme é a palavra-chave. Está em todo canto. Na badalação de Cannes, em seus hotéis fantásticos, no desfile permanente de gente elegante, na experiência insólita de fazer o próprio perfume numa das centenárias fábricas de Grasse, na mesa de sabores raros e caros do chef Roger Verger e de seu Le Molin de Mougins.
O charme é sobretudo acessível.
Basta que se escolha: se preferir agito, fique hospedado em Cannes ou Nice, se preferir recato, escolha Mougins, St-Paul-de-Vence ou Antibes.
Alugue um carro, pegue um mapa e vá à luta.

Cannes - É a meca do cinema na Europa, mas fora do mês do festival, em maio, pode-se passear com calma pelas belas avenidas, tropeçar em Ferraris e passear de barco até as ilhas da baía.

Nice - Já foi dos gregos, dos romanos e ainda é um dos portos mais importantes da Europa.
Tem história em cada esquina, um mercado fantástico -não deixe de saborear a socca, espécie de panqueca apimentada, na barraca da Thereza.
Tem vida noturna agitada pelos estudantes universitários e uma paisagem deslumbrante se vista dos mirantes à volta.
St-Paul-de-Vence - Não perca. O máximo do charme e da simpatia que pode conter uma vila medieval.

Mougins - Picasso morou lá no final da vida. Cidadezinha com o formato de um escargot, tem arquitetura, arte, boa comida e passeios no campo.

Grasse - Vale a pena apenas pelos perfumes.

Antibes/Cap d'Antibes/Juan-les-Pins - História, arquitetura, museus e passeios pela costa aproximam três cidades que na verdade são quase uma só.
Uma semana de Côte d'Azur tem duplo benefício: o descanso numa costa litorânea das mais belas do mundo e o enriquecimento da alma pelo "banho" de séculos de cultura.




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