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COSTA AZUL
Água límpida e transparente compensa a falta de areia nas praias da região cercada por montes com neve
Charme resume toda a Riviera Francesa
LUIZ CAVERSAN
enviado especial a Côte d'Azur
Um mar azul, de um azul profundo, é o que chama a atenção
primeiro.
Depois vêm as belas estradas
costeiras, as praias sem areia, mas
cuja água transparente compensa
o cascalho à beira mar.
A seguir, nota-se, ao se voltar as
costas para o Mediterrâneo, que
tudo é cercado ao longe por um
conjunto encantador de montanhas -a neve nos cumes serve para lembrar que, sim, estamos no
frio hemisfério Norte.
Por fim, vê-se a gente e suas casas. São franceses cordiais, que nada têm a ver com o impaciente parisiense, e que desenvolvem um
particular estilo de vida junto a
conjuntos arquitetônicos notáveis. E arte, muita arte.
Da construção medieval de
St-Paul-de-Vence ao castelo secular de Cap d'Antibes, dos sobrados
embandeirados de Mougins às
ruas badaladas de Cannes, passando pelas vielas estreitas de Grasse,
entre fábricas de perfumes, e pelos
museus da antiga Nice, com todas
as suas histórias de gregos, romanos, arte e Carnaval, cores, temperos e sabores.
Tudo isso torna Côte d'Azur, a
Riviera Francesa, uma porção particular do planeta.
Charme
Charme é a palavra-chave. Está
em todo canto. Na badalação de
Cannes, em seus hotéis fantásticos, no desfile permanente de gente elegante, na experiência insólita
de fazer o próprio perfume numa
das centenárias fábricas de Grasse,
na mesa de sabores raros e caros
do chef Roger Verger e de seu Le
Molin de Mougins.
O charme é sobretudo acessível.
Basta que se escolha: se preferir
agito, fique hospedado em Cannes
ou Nice, se preferir recato, escolha
Mougins, St-Paul-de-Vence ou
Antibes.
Alugue um carro, pegue um mapa e vá à luta.
Cannes - É a meca do cinema na
Europa, mas fora do mês do festival, em maio, pode-se passear com
calma pelas belas avenidas, tropeçar em Ferraris e passear de barco
até as ilhas da baía.
Nice - Já foi dos gregos, dos romanos e ainda é um dos portos
mais importantes da Europa.
Tem história em cada esquina,
um mercado fantástico -não deixe de saborear a socca, espécie de
panqueca apimentada, na barraca
da Thereza.
Tem vida noturna agitada pelos
estudantes universitários e uma
paisagem deslumbrante se vista
dos mirantes à volta.
St-Paul-de-Vence - Não perca. O
máximo do charme e da simpatia
que pode conter uma vila medieval.
Mougins - Picasso morou lá no
final da vida. Cidadezinha com o
formato de um escargot, tem arquitetura, arte, boa comida e passeios no campo.
Grasse - Vale a pena apenas pelos perfumes.
Antibes/Cap d'Antibes/Juan-les-Pins - História, arquitetura, museus e passeios pela
costa aproximam três cidades que
na verdade são quase uma só.
Uma semana de Côte d'Azur tem
duplo benefício: o descanso numa
costa litorânea das mais belas do
mundo e o enriquecimento da alma pelo "banho" de séculos de
cultura.
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