São Paulo, segunda, 30 de março de 1998

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CIDADES HISTÓRICAS
Entre as mais importantes está a São Francisco de Assis, obra que Aleijadinho projetou e decorou
Igrejas são templos do barroco brasileiro

em Minas Gerais

Quando o viajante se aproxima de Ouro Preto, já avista as primeiras igrejas, educadas anfitriãs que parecem convidá-lo a chegar mais perto. Quase de qualquer ponto da cidade é possível ver pelo menos uma ou várias dessas importantes obras do estilo barroco.
Se o seu tempo é curto, não tente visitar todas as igrejas. Escolha algumas e tenha sempre um trocado no bolso, pois normalmente é preciso pagar R$ 2 para entrar.
Veja a seguir as descrições de algumas delas.

IGREJA SÃO FRANCISCO DE ASSIS (1766) - Considerada uma das obras-primas de Aleijadinho, sua localização é privilegiada. Do lado esquerdo, pessoas de todas as idades se instalam nos murinhos para apreciar a paisagem do vale verde.
Perto dali, uma feirinha de artesanato concentra moradores e turistas em volta das peças.
Na fachada da igreja, repare na belíssima imagem em alto-relevo de são Francisco de Assis ajoelhado, de autoria de Aleijadinho. Ainda são do artista barroco o risco geral da igreja, a portada, algumas esculturas, a fonte da sacristia e outras obras.
Com o ingresso da igreja é também possível visitar o museu Aleijadinho, que fica na matriz Nossa Senhora da Conceição.
MATRIZ NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO (1746) - O projeto e a execução provavelmente foram de Manuel Francisco Lisboa, pai de Aleijadinho. Ambos estão ali sepultados. O museu Aleijadinho, no interior do templo, tem poucas estátuas feitas pelo artista. São comprovadamente de sua autoria quatro leões funerários em madeira e uma imagem de são Francisco de Paula em pedra-sabão.
MATRIZ NOSSA SENHORA DO PILAR (1733) - O interior impressiona pela talha toda coberta de ouro. Possui exposição de prataria, pinturas e esculturas do século 18 e é considerada um dos exemplos mais requintados do barroco.
IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO (1785) - A magnitude do edifício circular, atualmente em restauração, acentua a pequenez humana. É inevitável rodear a igreja para descobrir onde terminam os traços arredondados e se iniciam as linhas retas.
CAPELA DO PADRE FARIA OU NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO (1710) - Localizada fora do circuito turístico, num bairro que mostra o cotidiano real do ouro-pretense, a capela pode ser alcançada de ônibus ou a pé, para quem tem disposição e tempo. O pequeno templo tem esse nome em homenagem ao padre que rezou a primeira missa em Ouro Preto, embora não ali, mas na capela de São João, um rancho simples coberto de palha, segundo o "Guia de Ouro Preto", de Manuel Bandeira.
IGREJA NOSSA SENHORA DO ROSÁRIO DOS PRETOS DO ALTO DA CRUZ OU SANTA EFIGÊNIA - Erguida com o dinheiro do alforriado Chico Rei, obtido em sua mina (leia texto na pág. 7-4), a igreja era uma das poucas que abriam as portas aos negros.
As mulheres utilizavam as pias de pedra no interior para lavar a cabeça e deixavam um donativo em ouro. Fica no alto de uma ladeira extremamente íngreme.
(MARISTELA DO VALLE)



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