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VINDE AO BRASIL
Instituto lança calendário para 2003/2004; meta do governo é atrair 9 milhões de estrangeiros até 2007
Embratur quer diplomatas "vendendo" país
MARGARETE MAGALHÃES
DA REPORTAGEM LOCAL
Doze novos produtos "terra
brasilis" na prateleira -entre os
quais resorts, golfe, mergulho,
mochileiros, ecoturismo e GLS-,
diplomatas vendendo o destino
Brasil nas embaixadas, duplicação da participação do país em
feiras de turismo, que passam a
ser 30, e um investimento de R$
20 milhões para promover o país
no exterior. Essas são algumas das
ações da Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) a serem implementadas até o ano que vem,
que têm de abocanhar 9 milhões
de turistas estrangeiros até 2007
para cumprir o Plano Nacional de
Turismo lançado em abril.
Apesar de as medidas serem
bem-vindas pelos operadores que
trabalham com o público que o
Brasil quer conquistar, elas não
respondem a expectativas consideradas relevantes por quem conhece de perto o gosto dos estrangeiros. Eles também consideram
ínfimo o investimento anunciado.
"O Equador anunciou uma
campanha de US$ 8 milhões e o
Panamá, de US$ 12 milhões [ambas só nos EUA]", diz Adam Carter, diretor da Brazil Nuts Tour,
em Miami, acrescentando que o
país precisaria investir US$ 10 milhões apenas nos EUA para sair
do marasmo.
Para os operadores, a imagem
do Rio de Janeiro -ícone e porta
de entrada do estrangeiro para o
Brasil- deve se desassociar da
violência. O estrangeiro não visitará "outros aposentos" se a "sala
de estar" estiver bagunçada.
A profissionalização é outro
quesito a que os emissores pedem
mais atenção. Eles dizem não
acreditar que diplomatas tenham
conhecimento de marketing e das
especificidades de cada mercado.
"O Brasil precisa de uma companhia de relações públicas para
monitorar [o que se fala do Brasil]. Ou profissionalizamos ou
não", diz João de Matos, diretor
da Brazilian Vacation Center,
operadora em Nova York que
anualmente envia 3.000 norte-americanos para o Brasil.
O escritório-modelo montado
em Londres, em abril de 2000,
com funcionários da embaixada e
consultores especializados em
marketing e mídia, que recebe
3.000 consultas por mês, deixou
de operar com os consultores na
última sexta-feira.
O governo deixou de repassar
dinheiro para manter o escritório,
orçado em US$ 200 mil por ano,
apesar de a cobertura de mídia em
TV e em jornais britânicos com
matérias sobre cidades brasileiras
ter atingido US$ 30 milhões.
O Cama e Café, uma rede de
hospedagem no estilo "bed &
breakfast", em Santa Tereza, no
Rio, com cinco meses de vida ganhou duas matérias de destaque
em jornais britânicos, com o
apoio do escritório de Londres.
Segundo o presidente da Embratur, Eduardo Sanovicz, que cita os escritórios de turismo da
França e da Espanha como modelos a serem seguidos (leia abaixo),
o problema em Londres não é o
custo. O novo modelo decidiu
usar a diplomacia "absolutamente treinada" para vender o Brasil,
usando a infra-estrutura das embaixadas. "Até o final do ano, teremos reciclado 200 diplomatas."
O Brasil tem hoje quatro escritórios de promoção do turismo
junto às embaixadas de Londres,
Washington, Roma e Paris. "Já
começamos o treinamento de diplomatas e vamos ampliar [o número de] escritórios", diz Vera
Sanches, diretora da área de lazer
e incentivo da Embratur.
Apesar da mudança da estratégia da condução dos escritórios, o
embaixador brasileiro em Londres, José Bustani, declarou à
Agência Estado lamentar o fechamento do escritório de promoção
na capital, ressaltando sua "excelente performance".
Brasil e América Latina
Brasil, Argentina e Chile anunciaram na semana passada, em
São Paulo, a criação da Flort (Federação Latino-Americana de
Operadoras de Turismo e Representantes). "O objetivo é criar tráfego de turismo maior entre os
países da América Latina e promover destinos combinados, em
sintonia com proposta do Ministério do Turismo", afirmou o brasileiro Ilya Michael Hirsch, o primeiro presidente da Flort.
O Brasil está de olho no mercado sul-americano. Segundo José
Roberto de Oliveira, secretário-adjunto de política de turismo do
ministério, o Brasil "não dava bola para o Peru". Dos 350 mil turistas que viajaram para fora do país
no ano passado, apenas 21 mil vieram para o Brasil.
No mesmo dia, tomou posse a
nova diretoria da Braztoa (Associação Brasileira das Operadoras
de Turismo), sob a presidência de
José Zuquim, que cobrou dos hotéis que pratiquem um tarifário
igual para turistas estrangeiros e
nacionais.
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