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São Paulo, segunda-feira, 30 de junho de 2003

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ARTIGO

França é exemplo para turismo

SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO

"Na França, queremos que os profissionais de turismo sejam eficientes e gentis, especialmente com os norte-americanos", diz Jean Philippe Perol, recém-nomeado diretor do órgão oficial de turismo de seu país, Maison de la France (MDLF), nos Estados Unidos.
Perol dirigiu a MDLF no Brasil e, até recentemente, foi diretor mundial do órgão, com a missão de capitanear na França um programa de cursos para 60 mil profissionais do setor de turismo.
Pensando politicamente, descobrindo tendências e principalmente cuidando de reverter crises, a França recebeu 76,5 milhões de turistas estrangeiros em 2001.
Na contramão, o Brasil, que vinha tendo desempenho medianamente consistente no receptivo internacional, tendo recebido em 2001 cerca de 3 milhões de estrangeiros -contra 3,8 milhões em 2002-, toma agora, no governo Lula, decisões tergiversantes. Responsável pelo assunto, a Embratur põe em banho-maria a política de promover profissionalmente a vinda de turistas ao país, dizendo que "vai treinar diplomatas", atrasando um trabalho que vinha dando algum resultado.
Mesmo os EUA, país duramente atingido pelos atentados terroristas do 11 de Setembro, fecharam 2001 longe do vermelho. Embora tenha totalizado queda de 10,7%, foram eleitos como destino de viagens de lazer e/ou trabalho por 45,5 milhões de turistas estrangeiros.
Outro caso de país que encara profissionalmente o fomento do turismo é a Espanha, que em 2001 cresceu 3,4%, ostentando a marca de 49,5 milhões de visitantes.
Ainda de acordo com números consolidados de 2001, há o caso da Itália, que fechou esse ano com 39,1 milhões de estrangeiros, encarando uma queda discreta de 5,2% em relação a 2000.
Em quinto lugar, depois de França, Espanha, EUA e Itália, figura a China, que recebeu 33,2 milhões de estrangeiros, crescendo 6,2% com relação a 2000.
Mesmo depois de ter sido golpeada neste ano pela Sars -sigla em inglês para síndrome respiratória aguda grave-, a China pensa em turismo a longo prazo.
Previsões de órgãos internacionais como o WTTC (World Travel & Tourism Council), financiado por megaempresas de aviação, cartões de crédito, cruzeiros marítimos e ferrovias, prognosticam crescimento global no mercado de viagens de 1% para 2003.
Os americanos, apesar dos atentados de 2001, da queda do dólar frente ao euro e das campanhas que promovem o turismo interno nos EUA após a Guerra do Iraque, são os que mais gastam em viagens ao exterior. No mundo, o turismo gera US$ 3,5 trilhões e emprega 200 milhões de pessoas.
No Brasil, a Embratur, na contramão da profissionalização, vive seu drama hamletiano.


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