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ARTIGO
França é exemplo para turismo
SILVIO CIOFFI
EDITOR DE TURISMO
"Na França, queremos
que os profissionais de
turismo sejam eficientes e gentis,
especialmente com os norte-americanos", diz Jean Philippe Perol,
recém-nomeado diretor do órgão
oficial de turismo de seu país,
Maison de la France (MDLF), nos
Estados Unidos.
Perol dirigiu a MDLF no Brasil
e, até recentemente, foi diretor
mundial do órgão, com a missão
de capitanear na França um programa de cursos para 60 mil profissionais do setor de turismo.
Pensando politicamente, descobrindo tendências e principalmente cuidando de reverter crises, a França recebeu 76,5 milhões
de turistas estrangeiros em 2001.
Na contramão, o Brasil, que vinha tendo desempenho medianamente consistente no receptivo
internacional, tendo recebido em
2001 cerca de 3 milhões de estrangeiros -contra 3,8 milhões em
2002-, toma agora, no governo
Lula, decisões tergiversantes. Responsável pelo assunto, a Embratur põe em banho-maria a política
de promover profissionalmente a
vinda de turistas ao país, dizendo
que "vai treinar diplomatas",
atrasando um trabalho que vinha
dando algum resultado.
Mesmo os EUA, país duramente atingido pelos atentados terroristas do 11 de Setembro, fecharam 2001 longe do vermelho. Embora tenha totalizado queda de
10,7%, foram eleitos como destino de viagens de lazer e/ou trabalho por 45,5 milhões de turistas
estrangeiros.
Outro caso de país que encara
profissionalmente o fomento do
turismo é a Espanha, que em 2001
cresceu 3,4%, ostentando a marca
de 49,5 milhões de visitantes.
Ainda de acordo com números
consolidados de 2001, há o caso
da Itália, que fechou esse ano com
39,1 milhões de estrangeiros, encarando uma queda discreta de
5,2% em relação a 2000.
Em quinto lugar, depois de
França, Espanha, EUA e Itália, figura a China, que recebeu 33,2
milhões de estrangeiros, crescendo 6,2% com relação a 2000.
Mesmo depois de ter sido golpeada neste ano pela Sars -sigla
em inglês para síndrome respiratória aguda grave-, a China pensa em turismo a longo prazo.
Previsões de órgãos internacionais como o WTTC (World Travel & Tourism Council), financiado por megaempresas de aviação,
cartões de crédito, cruzeiros marítimos e ferrovias, prognosticam
crescimento global no mercado
de viagens de 1% para 2003.
Os americanos, apesar dos atentados de 2001, da queda do dólar
frente ao euro e das campanhas
que promovem o turismo interno
nos EUA após a Guerra do Iraque,
são os que mais gastam em viagens ao exterior. No mundo, o turismo gera US$ 3,5 trilhões e emprega 200 milhões de pessoas.
No Brasil, a Embratur, na contramão da profissionalização, vive seu drama hamletiano.
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