Sobrou segurança, faltou futebol. A seleção canarinho amarelou -e deu vexame- no país trepidante que dribla a violência para atrair turistas

ROBERTO COSSO
ENVIADO ESPECIAL À COLÔMBIA

Sede da Copa América, que terminou ontem, a Colômbia surpreendeu os jogadores da seleção brasileira de futebol, que enfrentaram o medo da guerrilha e viajaram para tentar recuperar o futebol canarinho -embora sem ter tido êxito.
Muito bem recebidos pelos colombianos, os jogadores não tiveram sua segurança posta em risco nenhuma vez.
Encontraram um povo que soube incentivar o Brasil mesmo após a seleção ter tomado o primeiro gol do México, soube criticar o lamentável futebol apresentado naquele dia, mas voltou ao estádio confiante, no jogo contra o Peru.
A mesma surpresa agradável tem o turista acostumado a ler o noticiário internacional que vai passear na Colômbia.
A guerrilha e o narcotráfico, que marcam a imagem do país, não atrapalham nem chegam a ameaçar uma viagem às três principais cidades turísticas colombianas: Cartagena, Bogotá e San Andrés.
Como recompensa por enfrentar o receio, o turista ganha a oportunidade de conhecer lugares muito especiais, com pessoas bastante interessantes e um custo relativamente baixo.
Há roteiros que batem um bolão. Quem gosta de história e arquitetura tem uma quantidade infindável de lugares para visitar em Cartagena e ainda pode completar o passeio em Bogotá. Para os religiosos, as duas cidades têm mais igrejas do que padarias -incluindo uma feita toda de sal.
Para o turista que quer praia, a melhor opção é San Andrés, uma ilhota no Caribe com águas cristalinas e areia branca e fina, administrada pela Colômbia.
Em todos os lugares a comida é excepcional -e muito barata.
Além de tudo, o povo colombiano é um capítulo à parte. Quem acha que os brasileiros são o povo mais receptivo do mundo vai mudar de opinião depois de conhecer o da Colômbia.