DA REPORTAGEM LOCAL

"Em 2005, eu e minha irmã passamos uma temporada trabalhando em uma estação de esqui em Big Bear Lake, Califórnia. Por causa de um acidente no snowboard em que ela quebrou o pulso, tive de alugar um carro para levá-la a um hospital.
Na locadora, o primeiro empecilho: minha carteira de habilitação brasileira estava vencida. A solução foi registrar minha irmã como motorista, apesar do pulso quebrado. Depois da cena teatral que foi ela saindo do pátio da locadora dirigindo com uma mão, na esquina assumi o volante, mesmo ciente dos problemas que teríamos se parados pela polícia.
Após a visita ao hospital, sol e clima ameno deram vez à maior nevasca da temporada. Mas havíamos levado um jogo de correntes, imprescindível para trafegar na neve acumulada.
Havia, porém, um problema: as correntes não eram compatíveis com o diâmetro das rodas. Depois de meia hora debaixo da nevasca tentando colocá-las, surgiu um milagroso mexicano na rodovia. Por US$ 20, ele improvisou a instalação das correntes com tiras de borracha.
Seguimos lentamente, mas um dos improvisos do mexicano não resistiu: um pedaço de corrente se soltou e começou a castigar a lataria do veículo, o que percebemos pelo barulho das chicotadas. Mas continuamos e, após gastar mais de uma hora para percorrer cerca de 15 km, chegamos em casa. Ao entregar o carro, pagamos não só pelo conserto da lataria, mas também uma multa prevista em contrato pela utilização de acessórios não autorizados no veículo."

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