|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ROTA SUL
Doze casas dos anos 20 e 30, em estilo eclético, foram tombadas em 2000 e estão abertas para visitação pública
Passeio em Muqui enfoca intimidade
DA ENVIADA ESPECIAL AO ESPÍRITO SANTO
Passar um dia em Muqui é sinônimo de intimidade. Cruzam-se
sítios históricos, adentra-se na casa dos habitantes para bater papo,
admirar peças antigas de suas residências, tomar um café e até sair
com um bombom no bolso.
Doze casas, dentre as 186 que foram declaradas patrimônio histórico em 2000, estão cadastradas
na prefeitura da cidade e preparadas para receber o visitante, que é
conduzido por um guia.
Com construções de estilo eclético dos anos 20 e 30, os casarões
em Muqui têm decorações variadas. Algumas expõem seus vitrais
em art nouveau, ornamentos em
estuque reproduzindo flores, animais e conchas, adornos em arco
e pinturas nas paredes.
O que há de comum em todas
elas são os objetos do tempo dos
avós e bisavós, um prato cheio para donos de antiquário.
A riqueza é herança da aristocracia fluminense e capixaba do
período cafeeiro, resgatada pela
conservação dessas construções e
pela memória dos habitantes.
Cada uma dessas casas guarda
longas histórias. No palacete de
Ney Costa Rambalducci, 68, que
mora em frente à igreja São João
Batista, a namoradeira (cadeira
para duas pessoas) a leva a contar
que o móvel foi cenário do seu
próprio namoro com o marido.
Dentre as peças dos anos 40,
destaca-se uma eletrola, tipo de
vitrola, que funciona perfeitamente. A coleção está anotada
num caderninho, no qual constam 55 disquinhos de fox, 29 de
bolero, 17 de tango, 17 de samba-canção, 11 de valsa, oito de rumba,
oito de baião e sete de choro.
Há ainda um disco com a marchinha oficial da campanha política do brigadeiro Eduardo Gomes, que disputou a Presidência
de 1945 pela UDN (União Democrática Nacional) contra o general
Dutra e em 1950 contra Getúlio.
Na casa azul de Marlene Brito
(rua Cel. Marcondes, 66), professora de etiqueta, há um mural na
parte externa com uma pintura da
paisagem da lagoa Rodrigo de
Freitas, no Rio de Janeiro. Quanto
ao fato de receber turistas dentro
de casa, Marlene diz não se incomodar. "Adoro receber."
Pelo menos um desses locais
não é habitado e tornou-se quase
um museu: a casa restaurada com
janelas e portas art nouveau pertencente à filha do médico Poty
Formel, o primeiro da cidade.
Para marcar um tour é preciso
falar na Secretaria de Turismo de
Muqui, no tels. 0/xx/28/3554-1456
ou 0/xx/27/9913-9366.
(MM)
Texto Anterior: Fãs deixam recados na casa do rei Próximo Texto: Ecologia: Turismo chegará a reservas extrativistas Índice
|