|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
ECOLOGIA
Ibama desenvolve programa com o objetivo de levar visitantes a unidades de conservação de uso sustentável
Turismo chegará a reservas extrativistas
GABRIELA ROMEU
DA REDAÇÃO
Ecoturistas interessados em conhecer a vida de comunidades de
pescadores, seringueiros, catadores de coco e caranguejo, além de
quilombolas, poderão experimentar o dia-a-dia desses grupos
extrativistas em ambientes preservados a partir do próximo ano.
O Centro Nacional de Desenvolvimento Sustentado de Populações Tradicionais (CNPT), do
Ibama, está realizando o Programa Estratégico de Incentivo ao
Ecoturismo nas Reservas Extrativistas. Inicialmente o projeto atinge sete de 25 reservas do país, que
somam uma área protegida de
cerca de 5 milhões de hectares.
As reservas extrativistas, divididas entre as continentais e as marinhas, são unidades de conservação de uso sustentável. Nelas, as
comunidades podem viver da extração equilibrada de recursos vegetais e animais. Nessas áreas, as
famílias têm direito à terra e preservam o ambiente e sua cultura.
As comunidades de Lago do
Cuniã (RO), Cajari (AP), Tapajós-Arapiuns (PA), Soure (PA), Lagoa
do Jequiá (AL), Corumbau (BA) e
Quilombo do Frechal (MA) estão
sendo consultadas sobre a possível abertura ao ecoturismo, já que
estão localizadas em áreas de
grande beleza cênica e apresentam diferentes atrativos culturais.
Apesar de ainda não ser oficialmente uma reserva, a ilha do Cajual (MA) faz parte do programa.
Segundo Gabriela Silva Noronha, gerente do programa de ecoturismo nas reservas extrativistas,
são as comunidades que vão identificar se apresentam perfil para o
ecoturismo. "Não queremos chegar com um pacote de ecoturismo
para essas comunidades sem antes desenvolver um diagnóstico
socioeconômico para checar a
verdadeira vocação delas."
A gerente do programa explica
que essas reservas extrativistas
não têm infra-estrutura para receber visitantes atualmente. Algumas delas, como Cajari, têm alojamento do Ibama. Mas a idéia é
que, em muitos desses locais, os
ecoturistas fiquem hospedados
nas casas dos moradores, para conhecer melhor seus costumes.
A maioria das reservas é de difícil acesso. Exemplo é Lago do Cuniã, que fica a cinco horas de barco, a partir de Porto Velho, pelo
rio Madeira. Uma das atrações locais é o jacaré-açu, o gigante do
Cuniã, réptil amazônico que atinge até 5 m de comprimento.
Já a comunidade de pescadores
de Corumbau, na Bahia, está a
duas horas e meia de carro de
Porto Seguro, forte pólo turístico
do Estado, e deve atrair um turista
interessado em locais com praias
paradisíacas. Assim como em outras reservas, lá ainda não chegou
a energia elétrica.
A ilha do Cajual, em Alcântara
(MA), reserva uma surpresa: um
sítio paleontológico com fósseis
de cerca de 95 milhões de anos.
Para chegar à ilha, é preciso atravessar a baía de São Marcos em
catamarã ou barco de pescador.
Texto Anterior: Passeio em Muqui enfoca intimidade Próximo Texto: Guia de parques ganha nova edição Índice
|