São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 2006

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Campo Grande restaura região ferroviária

PATRIMÔNIO Complexo formado por estação, armazém e vila começou a ser revigorado em 2004, com a mudança da Feira Central

HELOISA LUPINACCI
DA ENVIADA ESPECIAL A CAMPO GRANDE (MS)

Campo Grande, a capital do Estado do Mato Grosso do Sul, separado do Mato Grosso em 1979, é uma cidade jovem. Surgiu de um acampamento iniciado em 1872 por seu fundador, José Antônio Pereira. Foi alçada à condição de município em 1899. E, em 1914, chegou ali a estrada de ferro, fator decisivo para o crescimento da cidade. Os trilhos do trem não estão mais lá -salvo um pequeno trecho bem diante da estação central. Mas a região chamada complexo ferroviário, formada pela estação de trem, o armazém e a vila dos funcionários, segue de pé e é, hoje, o que há de mais interessante na cidade. Desde 2004, o complexo ferroviário é alvo de um projeto de renovação e restauração.
Atualmente, está sendo recuperada a casa do chefe da estação, a maior de todas da vila, onde será instalado o Arquivo Histórico. De 1936, a casa tem estilo eclético, e sua restauração deve ficar pronta em fevereiro. O acervo de documentos e fotos e a biblioteca são abertos a visitantes.
Cravada no meio de um grande terreno, tem pisos de taco que formam estrelas e pinturas decorativas na parede, todos em minuciosa restauração.
Ao lado dela, na casa vizinha, que deve começar a ser reparada em janeiro do ano que vem, funcionará o Instituto Histórico e Geográfico do Estado. Os acervos das duas entidades deverão ser interligados após a informatização de ambos, afirma Américo Ferreira Calheiros, presidente da Fundac (Fundação Municipal de Cultura). "O prédio é parte da história de Campo Grande. Ali moraram os chefes da Noroeste do Brasil.
O projeto vai conciliar história com o arquivo histórico", diz Calheiros. O primeiro passo da revitalização dessa área foi a transferência da Feira Central para um terreno que estava vazio ao lado do armazém.
Apesar da polêmica gerada na época, a feira ficou melhor.
Com instalações adequadas, as barracas de sobá estão agora consideravelmente mais higiênicas -apesar de a iluminação anterior, com lâmpadas incandescentes, geralmente cobertas por lanternas orientais, ser mais charmosa do que a atual, com lâmpadas fluorescentes que dão à feira um ar de praça de alimentação de shopping.
O segundo passo foi a restauração do armazém, transformado em espaço cultural e social. A última exposição do ano é sobre a imigração japonesa na cidade, que comemora cem anos em 2008. Será montada, no armazém, uma instalação com elementos dessa cultura.
O terceiro passo é o que está em fase de implantação. E, depois disso, haverá, segundo Calheiros, a restauração da Estação Central, que será sede da Fundac e abrigará o museu do Trem. Calheiros ainda afirma que está em estudo um projeto de recuperação do restante do complexo, que inclui a charmosa vila dos funcionários.


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