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centro-oeste
Campo Grande restaura região ferroviária
PATRIMÔNIO Complexo formado por estação, armazém e vila começou a ser revigorado em 2004, com a mudança da Feira Central
HELOISA LUPINACCI
DA ENVIADA ESPECIAL A CAMPO GRANDE (MS)
Campo Grande, a capital do
Estado do Mato Grosso do Sul,
separado do Mato Grosso em
1979, é uma cidade jovem. Surgiu de um acampamento iniciado em 1872 por seu fundador,
José Antônio Pereira. Foi alçada à condição de município em
1899. E, em 1914, chegou ali a
estrada de ferro, fator decisivo
para o crescimento da cidade.
Os trilhos do trem não estão
mais lá -salvo um pequeno trecho bem diante da estação central. Mas a região chamada
complexo ferroviário, formada
pela estação de trem, o armazém e a vila dos funcionários,
segue de pé e é, hoje, o que há de
mais interessante na cidade.
Desde 2004, o complexo ferroviário é alvo de um projeto de
renovação e restauração.
Atualmente, está sendo recuperada a casa do chefe da estação, a maior de todas da vila,
onde será instalado o Arquivo
Histórico. De 1936, a casa tem
estilo eclético, e sua restauração deve ficar pronta em fevereiro. O acervo de documentos
e fotos e a biblioteca são abertos a visitantes.
Cravada no meio de um grande terreno, tem pisos de taco
que formam estrelas e pinturas
decorativas na parede, todos
em minuciosa restauração.
Ao lado dela, na casa vizinha,
que deve começar a ser reparada em janeiro do ano que vem,
funcionará o Instituto Histórico e Geográfico do Estado. Os
acervos das duas entidades deverão ser interligados após a informatização de ambos, afirma
Américo Ferreira Calheiros,
presidente da Fundac (Fundação Municipal de Cultura). "O
prédio é parte da história de
Campo Grande. Ali moraram
os chefes da Noroeste do Brasil.
O projeto vai conciliar história
com o arquivo histórico", diz
Calheiros.
O primeiro passo da revitalização dessa área foi a transferência da Feira Central para
um terreno que estava vazio ao
lado do armazém.
Apesar da polêmica gerada
na época, a feira ficou melhor.
Com instalações adequadas, as
barracas de sobá estão agora consideravelmente mais higiênicas
-apesar de a iluminação anterior, com lâmpadas incandescentes, geralmente cobertas
por lanternas orientais, ser
mais charmosa do que a atual,
com lâmpadas fluorescentes
que dão à feira um ar de praça
de alimentação de shopping.
O segundo passo foi a restauração do armazém, transformado em espaço cultural e social. A última exposição do ano
é sobre a imigração japonesa na
cidade, que comemora cem
anos em 2008. Será montada,
no armazém, uma instalação
com elementos dessa cultura.
O terceiro passo é o que está
em fase de implantação. E, depois disso, haverá, segundo Calheiros, a restauração da Estação Central, que será sede da
Fundac e abrigará o museu do
Trem. Calheiros ainda afirma
que está em estudo um projeto
de recuperação do restante do
complexo, que inclui a charmosa vila dos funcionários.
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