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Centro-oeste
Comidinhas marcam intervalo de refeições
LANCHE Capital sul-mato-grossense tem comilança igual à de casa de avós
Heloisa Lupinacci/Folha Imagem
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Chipa, espécie de pão de queijo, mais durinha e em forma de meia-lua |
DA ENVIADA ESPECIAL A CAMPO GRANDE (MS)
Apesar de ser a capital do
Mato Grosso do Sul, Campo
Grande conserva características de uma cidade de interior:
ruas arborizadas, predominância de casas, pessoas tranqüilas
e muita comida. Uma visita à cidade quase equivale a uma estada em casa de avós.
Nas refeições principais predomina a carne bovina acompanhada de mandioca cozida e
os peixes de rio, como pintado,
pacu e pirarucu.
Mas, além das fartas refeições, que acontecem cedo
-parte da população almoça
antes do meio-dia-, há um reino de comidinhas degustadas
em lanches da tarde.
Nesse universo de guloseimas é notável a presença de receitas paraguaias. Do país, que
faz fronteira com Mato Grosso
do Sul, vieram a chipa e a sopa
paraguaia.
A chipa é uma espécie de pão
de queijo. A primeira diferença
entre a modalidade paraguaia e
a mineira é a forma: a chipa é
uma meia-lua. A segunda é a
textura: ela é um pouco mais
dura. Mas isso não quer dizer
que ela seja uma sola de sapato.
Uma boa chipa tem interior
macio. A tradicional é a assada.
Mas é possível encontrá-la frita. Nesse caso, ela é comprida.
Além de mais saudável, a assada é definitivamente melhor.
Ela pode ser encontrada em
qualquer padaria e nas barracas
do mercado municipal. Vai
bem com um cafezinho, em geral de coador.
A sopa paraguaia -que ocupa
lugar de destaque na gastronomia de seu país de origem- não
é uma sopa: é uma espécie de
torta com um quê de polenta.
A boa sopa paraguaia é de milho. Em alguns lugares, é preparada com flocos de milho pré-cozido. Não que isso seja o fim
do mundo, mas nada se compara à receita original -na lista de
ingredientes, queijo, cebola e
óleo-, que resulta em uma sopa paraguaia mais úmida, macia e saborosa.
Uma das mais populares de
Campo Grande é a da panificadora Tietê. Custa R$ 1,50. No
mercado municipal, é feita com
milharina, portanto mais seca e
um pouco salgada. Na feira central, há uma barraca com produtos de milho, que vende, entre pamonhas e curais, sopa paraguaia para viagem.
Do rio
Das águas fluviais vem outra
delícia de levar à boca com as
mãos: costela de pacu. Porções
de costelas empanadas e fritas
são encontradas em botecos
por toda a cidade, onde são sabiamente harmonizadas com
cerveja bem gelada.
Também nos restaurantes de
comida regional podem ser
provadas como entrada.
A diferença entre a costela de
pacu que se come no boteco e a
do restaurante é o tamanho. A
dos botecos tem, em média, 10
cm de comprimento. As servidas nos restaurantes são maiores. No Fogo Caipira, têm pouco menos de 20 cm (a porção
com cinco costelas custa R$
28). A carne, branca, úmida e
consistente, é presa a dois grandes espinhos, no caso, as costelas. Pode ser que na lateral haja
um filete do couro do peixe, que
não deve ser comido.
Para compensar
Depois de fritura, pão e torta,
a receita é aproveitar uma das
principais características da capital sul-mato-grossense: a
grande quantidade de parques.
Grandes e arborizados, esses
parques são cenário ideal para
uma boa caminhada, sem antes
passar bastante filtro solar e
proteger a cabeça com um chapéu. O sol campo-grandense é
impiedoso.
O rumo então pode ser o parque das Nações Indígenas, que
é uma das maiores áreas verdes
urbanas do mundo. Ou o Itanhangá, que tem pista de cooper. Ou ainda o Horto Florestal,
de 4,5 hectares com várias espécies de árvores nativas. Ou,
quem sabe, o dos Poderes, onde
ficam os prédios da administração do Estado. Não faltam áreas
verdes.
(HELOISA LUPINACCI)
PANIFICADORA TIETÊ
r. Tietê, 20; diariamente, das 6h às
18h
Tel.: 0/xx/67/3325-8528
FOGO CAIPIRA
r. José Antônio Pereira, 145; de ter.
a sex., das 11h às 14h e das 19h às
23h; aos sáb., das 11h às 24h; aos
dom., das 11h às 16h
Tel.: 0/xx/67/3324-1641
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