São Paulo, quinta-feira, 30 de novembro de 2006

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Centro-oeste

Comidinhas marcam intervalo de refeições

LANCHE Capital sul-mato-grossense tem comilança igual à de casa de avós

Heloisa Lupinacci/Folha Imagem
Chipa, espécie de pão de queijo, mais durinha e em forma de meia-lua


DA ENVIADA ESPECIAL A CAMPO GRANDE (MS)

Apesar de ser a capital do Mato Grosso do Sul, Campo Grande conserva características de uma cidade de interior: ruas arborizadas, predominância de casas, pessoas tranqüilas e muita comida. Uma visita à cidade quase equivale a uma estada em casa de avós. Nas refeições principais predomina a carne bovina acompanhada de mandioca cozida e os peixes de rio, como pintado, pacu e pirarucu.
Mas, além das fartas refeições, que acontecem cedo -parte da população almoça antes do meio-dia-, há um reino de comidinhas degustadas em lanches da tarde. Nesse universo de guloseimas é notável a presença de receitas paraguaias. Do país, que faz fronteira com Mato Grosso do Sul, vieram a chipa e a sopa paraguaia.
A chipa é uma espécie de pão de queijo. A primeira diferença entre a modalidade paraguaia e a mineira é a forma: a chipa é uma meia-lua. A segunda é a textura: ela é um pouco mais dura. Mas isso não quer dizer que ela seja uma sola de sapato.
Uma boa chipa tem interior macio. A tradicional é a assada. Mas é possível encontrá-la frita. Nesse caso, ela é comprida. Além de mais saudável, a assada é definitivamente melhor.
Ela pode ser encontrada em qualquer padaria e nas barracas do mercado municipal. Vai bem com um cafezinho, em geral de coador.
A sopa paraguaia -que ocupa lugar de destaque na gastronomia de seu país de origem- não é uma sopa: é uma espécie de torta com um quê de polenta.
A boa sopa paraguaia é de milho. Em alguns lugares, é preparada com flocos de milho pré-cozido. Não que isso seja o fim do mundo, mas nada se compara à receita original -na lista de ingredientes, queijo, cebola e óleo-, que resulta em uma sopa paraguaia mais úmida, macia e saborosa.
Uma das mais populares de Campo Grande é a da panificadora Tietê. Custa R$ 1,50. No mercado municipal, é feita com milharina, portanto mais seca e um pouco salgada. Na feira central, há uma barraca com produtos de milho, que vende, entre pamonhas e curais, sopa paraguaia para viagem.

Do rio
Das águas fluviais vem outra delícia de levar à boca com as mãos: costela de pacu. Porções de costelas empanadas e fritas são encontradas em botecos por toda a cidade, onde são sabiamente harmonizadas com cerveja bem gelada.
Também nos restaurantes de comida regional podem ser provadas como entrada.
A diferença entre a costela de pacu que se come no boteco e a do restaurante é o tamanho. A dos botecos tem, em média, 10 cm de comprimento. As servidas nos restaurantes são maiores. No Fogo Caipira, têm pouco menos de 20 cm (a porção com cinco costelas custa R$ 28). A carne, branca, úmida e consistente, é presa a dois grandes espinhos, no caso, as costelas. Pode ser que na lateral haja um filete do couro do peixe, que não deve ser comido.

Para compensar
Depois de fritura, pão e torta, a receita é aproveitar uma das principais características da capital sul-mato-grossense: a grande quantidade de parques.
Grandes e arborizados, esses parques são cenário ideal para uma boa caminhada, sem antes passar bastante filtro solar e proteger a cabeça com um chapéu. O sol campo-grandense é impiedoso.
O rumo então pode ser o parque das Nações Indígenas, que é uma das maiores áreas verdes urbanas do mundo. Ou o Itanhangá, que tem pista de cooper. Ou ainda o Horto Florestal, de 4,5 hectares com várias espécies de árvores nativas. Ou, quem sabe, o dos Poderes, onde ficam os prédios da administração do Estado. Não faltam áreas verdes. (HELOISA LUPINACCI)

PANIFICADORA TIETÊ
r. Tietê, 20; diariamente, das 6h às 18h
Tel.: 0/xx/67/3325-8528

FOGO CAIPIRA
r. José Antônio Pereira, 145; de ter. a sex., das 11h às 14h e das 19h às 23h; aos sáb., das 11h às 24h; aos dom., das 11h às 16h
Tel.: 0/xx/67/3324-1641


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