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Fundada pelos romanos em 44 a.C., ex-capital da Gália abriga becos secretos e vielas que atraem curiosidade de turistas
Lyon agrada a "gourmands" e fãs de Asterix
IVAN FINOTTI
ENVIADO ESPECIAL À FRANÇA
Em todo o mundo, Lyon é conhecida como um centro gastronômico da França. Para os amantes dos quadrinhos, entretanto, a
cidade é Lugdunum, a capital da
Gália de Asterix. Fundada por Júlio César em 44 a.C., a Velha Lyon
(em francês, "Vieux Lyon") recebeu há quatro anos o título de Patrimônio da Humanidade, concedido pela Unesco.
Lyon disputa com Marselha o
título de segunda maior cidade da
França e é importante centro comercial e cultural, com uma população de cerca de meio milhão
de habitantes. Ex-capital da seda,
fica na região de Ródano-Alpes,
ou vale do rio Ródano, no sudeste
do país, a cerca de duas horas de
carro dos Alpes e cinco de Paris.
Para o turista, nada melhor do
que explorar a pé a Velha Lyon,
encravada entre o rio Saône e a
colina de Fourvière. Trata-se de
um labirinto de vielas repletas de
restaurantes, cafés, bares, livrarias
e lojas de roupas e de quadros.
Amantes de história -e de Asterix!- devem visitar os dois anfiteatros romanos. Um deles, o
Grand Théâtre, é o mais antigo do
país, construído para 10 mil espectadores em 15 a.C. -e ainda
hoje em funcionamento.
Já da Basilique Notre-Dame de
Fourvière se pode avistar toda a
cidade. Para chegar lá, no alto da
colina, há duas possibilidades: se
você for triatleta, suba pelas escadarias e pelo Chemin du Rosaire;
caso contrário, prefira o funicular,
bondinho que custa 2,10. A opção salomônica é subir de bondinho e descer a pé. A entrada do funicular fica ao lado do escritório
de turismo de Lyon, na praça
Saint Jean, em frente à catedral
homônima, do século 12.
A basílica é bem mais nova, do
fim do século 19, mas se tornou
uma espécie de símbolo da cidade. É um santuário de peregrinação no qual não são feitos casamentos nem missas de funerais.
A construção é resultado da
promessa dos franceses de Lyon
durante a guerra contra a Prússia
(1870). Os moradores prometeram erguer a basílica se os alemães, que não vieram, deixassem
de invadir a cidade. O santuário
começou a ser construído em
1872, ficando pronto 24 anos depois, com 27 m de altura, 19 m de
largura e 66 m de comprimento.
Nas imediações da Place des
Terreaux, entre os rios Ródano
(Rhône, em francês) e Saône, há
duas ótimas visitas: o museu de
Belas Artes, o segundo maior da
França (após o Louvre), e a Ópera
de Lyon, obra do arquiteto Jean
Nouvel inaugurada há dez anos.
Os becos
Chamadas de "traboules", as
passagens "secretas" são uma das
características curiosas da Velha
Lyon. São resquícios da época renascentista, quando os prédios
eram compridos e construíam-se
becos embaixo deles para facilitar
a passagem de uma rua à outra.
Acontece que os "traboules"
têm porta, como se fossem a entrada de uma casa. São locais públicos, mas muitos dão na entrada
de prédios de apartamentos. Por
isso evite visitá-los à noite, pois alguns ficam trancados e é preciso
saber a senha eletrônica para entrar. Para descobrir onde há um,
pergunte a alguém do local ou repare se vários grupos entram por
uma porta. Se isso acontecer, você
deve ter encontrado um.
Além de servir como passagem,
os "traboules" -são cerca de
300- também foram usados como esconderijos da Resistência
Francesa na Segunda Guerra
Mundial (1939-1945), quando o
país foi invadido pela Alemanha.
Ivan Finotti viajou a convite da Maison
de La France, da Air France e do Comitê
Regional de Turismo de Ródano-Alpes.
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