São Paulo, segunda-feira, 30 de dezembro de 2002

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Fundada pelos romanos em 44 a.C., ex-capital da Gália abriga becos secretos e vielas que atraem curiosidade de turistas

Lyon agrada a "gourmands" e fãs de Asterix

IVAN FINOTTI
ENVIADO ESPECIAL À FRANÇA

Em todo o mundo, Lyon é conhecida como um centro gastronômico da França. Para os amantes dos quadrinhos, entretanto, a cidade é Lugdunum, a capital da Gália de Asterix. Fundada por Júlio César em 44 a.C., a Velha Lyon (em francês, "Vieux Lyon") recebeu há quatro anos o título de Patrimônio da Humanidade, concedido pela Unesco.
Lyon disputa com Marselha o título de segunda maior cidade da França e é importante centro comercial e cultural, com uma população de cerca de meio milhão de habitantes. Ex-capital da seda, fica na região de Ródano-Alpes, ou vale do rio Ródano, no sudeste do país, a cerca de duas horas de carro dos Alpes e cinco de Paris.
Para o turista, nada melhor do que explorar a pé a Velha Lyon, encravada entre o rio Saône e a colina de Fourvière. Trata-se de um labirinto de vielas repletas de restaurantes, cafés, bares, livrarias e lojas de roupas e de quadros.
Amantes de história -e de Asterix!- devem visitar os dois anfiteatros romanos. Um deles, o Grand Théâtre, é o mais antigo do país, construído para 10 mil espectadores em 15 a.C. -e ainda hoje em funcionamento.
Já da Basilique Notre-Dame de Fourvière se pode avistar toda a cidade. Para chegar lá, no alto da colina, há duas possibilidades: se você for triatleta, suba pelas escadarias e pelo Chemin du Rosaire; caso contrário, prefira o funicular, bondinho que custa 2,10. A opção salomônica é subir de bondinho e descer a pé. A entrada do funicular fica ao lado do escritório de turismo de Lyon, na praça Saint Jean, em frente à catedral homônima, do século 12.
A basílica é bem mais nova, do fim do século 19, mas se tornou uma espécie de símbolo da cidade. É um santuário de peregrinação no qual não são feitos casamentos nem missas de funerais.
A construção é resultado da promessa dos franceses de Lyon durante a guerra contra a Prússia (1870). Os moradores prometeram erguer a basílica se os alemães, que não vieram, deixassem de invadir a cidade. O santuário começou a ser construído em 1872, ficando pronto 24 anos depois, com 27 m de altura, 19 m de largura e 66 m de comprimento.
Nas imediações da Place des Terreaux, entre os rios Ródano (Rhône, em francês) e Saône, há duas ótimas visitas: o museu de Belas Artes, o segundo maior da França (após o Louvre), e a Ópera de Lyon, obra do arquiteto Jean Nouvel inaugurada há dez anos.

Os becos
Chamadas de "traboules", as passagens "secretas" são uma das características curiosas da Velha Lyon. São resquícios da época renascentista, quando os prédios eram compridos e construíam-se becos embaixo deles para facilitar a passagem de uma rua à outra.
Acontece que os "traboules" têm porta, como se fossem a entrada de uma casa. São locais públicos, mas muitos dão na entrada de prédios de apartamentos. Por isso evite visitá-los à noite, pois alguns ficam trancados e é preciso saber a senha eletrônica para entrar. Para descobrir onde há um, pergunte a alguém do local ou repare se vários grupos entram por uma porta. Se isso acontecer, você deve ter encontrado um.
Além de servir como passagem, os "traboules" -são cerca de 300- também foram usados como esconderijos da Resistência Francesa na Segunda Guerra Mundial (1939-1945), quando o país foi invadido pela Alemanha.


Ivan Finotti viajou a convite da Maison de La France, da Air France e do Comitê Regional de Turismo de Ródano-Alpes.


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