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Vasp pratica
"overbooking"
da Reportagem Local
O psiquiatra Flavio Gaiarsa voltou das férias de julho 24 horas
mais tarde do que havia previsto. A
passagem comprada na Vasp estava marcada para o dia 1º de agosto,
mas, devido a um "overbooking"
da empresa (venda de um número
de passagens superior à capacidade do avião), ele e dezenas de outros passageiros só embarcaram
no dia seguinte, quando outros
passageiros com bilhete para
aquela data ficaram fora do avião,
como num efeito dominó.
"No dia 2 de agosto, cerca de 80
passageiros que deveriam ter embarcado no dia anterior ficaram de
fora outra vez", conta Hugo Moreira Seo, outro passageiro do vôo.
A rota Newark-São Paulo seria
feita por um avião da Continental
Airlines, embora muitas das passagens tenham sido vendidas pela
Vasp. "Quem comprou bilhete da
Continental teve prioridade no
embarque", conta Gaiarsa.
Por conta do atraso, Gaiarsa teve
de desmarcar vários pacientes que
atenderia na segunda-feira, dia 3.
"Alguns deles são perturbados e
vêem o atraso como descuido,
abandono. Vou processar a empresa por danos financeiros e morais, porque a gente perde a credibilidade junto aos pacientes."
O dentista Antônio Bartolomeu
Azevedo estava no mesmo vôo de
Gaiarsa. Ele buscou informações
de como processar a Vasp e as repassou para os companheiros de
vôo. "Peguei o telefone de umas 50
pessoas na sala de embarque."
Para Gaiarsa, esse tipo de atitude
é bastante eficaz, diferente de perder o controle no aeroporto. "As
companhias aéreas colocam funcionários pouco treinados para
servir de saco de pancada dos passageiros irados", comenta Gaiarsa.
E a ira não leva a nada.
"Pessoas idosas tiveram de ficar
horas naquele cercadinho da fila
do check-in. Um senhor que tinha
acabado de sair de um cirurgia no
coração ficou quatro horas em pé."
A Vasp foi questionada por fax e
telefone sobre os problemas ocorridos nesse vôo, mas não respondeu à Folha.
(MV)
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