São Paulo, domingo, 01 de setembro de 2002

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CANAIS TIPO EXPORTAÇÃO

Jornais locais de SP, RJ e MG podem ser vistos nos países mais distantes

Record e Globo matam saudades de brasileiros

RODRIGO DIONISIO
DA REPORTAGEM LOCAL

QUEM MORA fora do país e optou por receber um dos dois canais internacionais produzidos por emissoras brasileiras não perde (ou ganha) quase nada em relação ao telespectador daqui. As programações para exportação da Globo e da Record basicamente repetem o que é veiculado no Brasil.
As exceções estão na Record Internacional: o "Fala Brazuca" e uma versão do "Record nos Esportes". O primeiro é um show de variedades produzido nos EUA sobre a vida dos brasileiros no país. O segundo, que estreou há cerca de 15 dias, tem apresentação de Fernando Vannucci e fala principalmente de futebol e de esportistas brasileiros que vivem no exterior. O restante da programação é semelhante à exibida na emissora, exceto pelos desenhos, séries, filmes e outras produções sobre as quais a Record não tem o direito de exibição fora do país. Os jornalísticos são divididos entre programas com noticiário de Minas, Rio de Janeiro e São Paulo. "Sabe-se que o Estado que mais exporta brasileiros para os EUA é Minas Gerais. O Rio também é responsável por boa parte dos brasileiros que vivem lá. Por isso, são exibidos o "Informe MG" e o "Informe Rio" durante a programação do canal. Para os paulistas e paulistanos, temos o "Cidade Alerta'", afirma o diretor do canal internacional, Delmar Andrade. Segundo ele, a produção de conteúdo exclusivo é uma tendência que deve gerar outras atrações produzidas especialmente para os brasileiros no exterior. A existência do canal, para o diretor, é tanto uma forma de levar a marca da emissora para fora do país quanto uma iniciativa lucrativa. "A Record é uma empresa que busca sua fatia no mercado, é competitiva no Brasil e no exterior e vê na globalização um espaço atrativo e promissor", diz. O canal está no ar há mais de quatro anos e pode ser captado, em sinal aberto via antena parabólica, em toda a África e na Europa; nos EUA, é distribuído por assinatura, segundo a emissora.

Aniversário
O canal internacional da Globo comemorou três anos no último dia 24. Segundo a emissora, atinge 200 mil assinantes -em 1999, eram 40 mil- em 18 países (EUA, Japão, Austrália, Angola, Moçambique, África do Sul, Argentina, Chile, Colômbia, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Guatemala, Panamá, Peru, Guiana Francesa, Nova Zelândia e Timor Leste).
"Os primeiros a receberem o canal foram Estados Unidos e Japão, por concentrarem as maiores comunidades de brasileiros. Estima-se que haja 2,2 milhões de brasileiros e 5,5 milhões de lusófonos morando fora de seus países", diz o diretor do canal, Marcelo Spínola.
A base da programação é o conteúdo da TV Globo, acrescido de atrações de seus canais pagos, como o "Via Brasil", do Globo News, e o "Sportv News".
O jornalismo fica a cargo dos telejornais nacionais e regionais das principais "praças" da emissora -"SP TV", "RJ TV" e "Bom Dia Minas".
Algumas produções ganham especiais com os melhores momentos da semana, aos sábados ou domingos, caso dos infantis "Bambuluá" e "Sítio do Picapau Amarelo". Outras atrações são reprisadas durante o dia.
"Devido à diferença do fuso, é preciso repetir programas para que, principalmente os telespectadores que moram na Costa Oeste dos EUA, possam assisti-los", explica Spínola.
Por exemplo, quando ocorre a primeira exibição do "Mais Você" na Globo Internacional, são 7h05 em Nova York e 4h05 em San Francisco. As reapresentações ocorrem às 14h15 na "Grande Maçã" e às 11h15 em San Francisco.
O canal internacional da Record também investe em reprises com justificativa semelhante, segundo seu diretor.
A Globo Internacional não tem programas exclusivos, mas, segundo Spínola, exibe até oito jogos do Campeonato Brasileiro de Futebol por semana, alguns não transmitidos no Brasil.



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