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Cinemax, Canal Brasil e Globo estimulam cinema nacional
ANNA LEE
da Sucursal do Rio
O cinema brasileiro,
mais do que nunca, está na
televisão. De terça até sexta, a TV Globo exibe o
"Festival Nacional", com
parte da nova safra de filmes brasileiros.
O Canal Brasil -veiculado no pacote Advanced 98
da operadora Net e pela
Sky- , inaugurado em setembro, tem sua programação toda dedicada ao cinema brasileiro. Estima-se
que o canal já tenha mais
de 500 mil assinantes.
O Cinemax - distribuído pela TVA e pela DirecTV a cerca de 250 mil
domicílios-, há um ano
no mercado, apesar de não
exibir apenas produções
brasileiras, tem, segundo
seu gerente de programação, Fernando Cardoso,
"uma preocupação em
exibir filmes nacionais".
"Essas iniciativas, principalmente no caso da Globo, que é uma TV aberta,
e, por isso, atinge um número de pessoas maior,
contribuem e muito para
aumentar a visibilidade
dos filmes brasileiros, um
dos principais problemas
que enfrentamos hoje na
indústria cinematográfica
nacional", disse Mariza
Leão, produtora de "Lamarca", do cineasta Sérgio Rezende, que vai ao ar
na Globo na quarta-feira.
Segundo Mariza, apesar
de a produção cinematográfica brasileira ter apresentado grande crescimento, desde 1995, quando a
Lei do Audiovisual -criada em 1993- passou a
existir efetivamente, "são
muitos os problemas enfrentados com a distribuição e exibição, já que não
há recursos para concorrer
com as distribuidoras estrangeiras".
Para o diretor do Canal
Brasil, Wilson Cunha, essas iniciativas da TV visam
"retroalimentar" o cinema brasileiro. "Pela exibição de filmes nacionais estimulamos a produção e
aumentamos a penetração
nas salas de cinema".
"Se as pessoas gostam
do que vêem, a demanda
obviamente aumenta e,
com isso, provavelmente
vão querer assistir aos filmes nacionais no cinema", disse Cunha.
"O meu sonho e a minha
pretensão é que o Canal
Brasil venha se tornar um
grande impulsionador da
cinematografia brasileira", disse Cunha.
Um dos cuidados para
garantir que "o público
goste de cinema nacional", tem sido, segundo
Cunha, com a qualidade
das cópias exibidas.
Esta também é a preocupação do Cinemax, como
disse seu gerente de programação.
"Se exibirmos cópias
que não são boas, estaremos reforçando o preconceito, que ainda existe, de
que filme brasileiro tem
qualidade inferior ao estrangeiro", disse Cardoso.
A produtora de cinema
Gláucia Camargo, que, entre outros filmes, realizou
"Policarpo Quaresma",
de Paulo Thiago, considera que "o cinema brasileiro está apenas no início de
um caminho na televisão
brasileira -que no futuro
poderá trazer resultados
satisfatórios- já que ainda o número de pessoas
que tem acesso a TVs por
assinatura é pequeno".
No "Festival Nacional",
além de "Lamarca", a
Globo vai exibir "Pequeno
Dicionário Amoroso", de
Sandra Werneck, na terça-feira; "O Homem
Nu", dirigido por Hugo
Carvana, na quinta-feira, e
"O Que É Isso, Companheiro", de Bruno Barreto, na sexta-feira.
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