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ENTREVISTA
Ator que interpretava o melhor amigo de Seinfeld na sitcom,
que saiu do ar em 98, se diz estigmatizado pelo personagem
"Não sou engraçado como o George", diz Jason Alexander
TETÉ RIBEIRO
ESPECIAL PARA A FOLHA, DE NOVA YORK
Jason Alexander, o George Costanza da
série "Seinfeld", está de volta. Não como
o personagem que o consagrou, mas como o vilão do filme "Rocky & Bullwinkle", que estreou esta semana nos EUA e
deve chegar ao Brasil em agosto.
No filme, os vilões do desenho animado "Rocky & Bullwinkle" conseguem
passar para o mundo real e são interpretados por Rene Russo, Jason Alexander
(que vivem o casal de gângsteres russos
Boris e Natasha) e Robert De Niro, que
também é um dos produtores.
Para executar seu plano de conquistar o
mundo, o chefe da quadrilha, Fearless
Leader (De Niro), compra vários canais
de TV a cabo e promove uma imbecilização coletiva da população. O FBI, aterrorizado, elege uma jovem agente (Piper
Perabo) para trazer ao mundo real os heróis Rocky (um esquilo) e Bullwinkle
(um alce atrapalhado).
Por falar em TV, Jason Alexander também deve voltar às telesséries. O ator,
agora produtor, tem um contrato com a
rede Fox e deve entregar o piloto de uma
série no próximo verão.
Leia a seguir trechos da entrevista exclusiva que ele concedeu à Folha em Nova York:
Como vai ser essa nova série na TV?
Ainda não tenho a menor idéia. Estou
envolvido com a divulgação de "Rocky
& Bullwinkle", estava filmando até agora
e ainda não me concentrei no desenvolvimento do seriado.
Vai ser uma comédia?
Talvez, mas não necessariamente. Não
sou um comediante. Fiz parte de uma
das melhores comédias da TV por pura
sorte. Os outros três atores do elenco
principal de "Seinfeld" são comediantes,
mas eu não. Eu só estava interpretando
um texto. Não sou tão engraçado quanto
as pessoas imaginam.
Você prefere fazer TV ou cinema?
Na verdade, minha grande paixão é o
teatro. Mas tenho dois filhos pequenos,
de 8 e 6 anos, e o teatro não cabe muito
bem na agenda de um pai tão dedicado
quanto eu pretendo ser. Sinto falta da
reação imediata do público. Gosto de ver
se as coisas estão funcionando ou não.
Estive nas mãos de ótimos profissionais
em todos esses anos na TV, mas eles editavam meu trabalho, e eu prefiro fazer isso em cena, de cara para o público.
Você começou fazendo teatro?
Não. Comecei fazendo mágica. Queria
ser mágico, foi meu grande sonho desde
criança. A idéia de criar uma ilusão para
o público sempre me fascinou. Mas a vida de um mágico é uma loucura, são horas e horas na frente do espelho tentando
melhorar cada truque, não aguentei isso.
Então fui para o teatro, que também é
uma forma de ilusão.
Então o grande sucesso da sua carreira
não tem a ver com seu projeto pessoal?
Não tinha no começo, mas, assim como o público, me apaixonei pela série. E
o nosso grupinho -eu, Jerry Seinfeld,
Julia Louis-Dreyfus e Michael Richards- criou um vínculo muito forte,
foi uma relação muito boa.
Os roteiristas de "Seinfeld" são os verdadeiros reis daquela série. Mas nós éramos os príncipes. E cada ensaio, cada tomada, cada fala tinha de ser perfeita, para
que nós ficássemos satisfeitos.
Você tem um episódio preferido?
Não consigo eleger um único, mas gosto muito de algumas cenas. Minha preferida é muito simples: o George acabou de
pedir demissão numa firma de corretagem e senta no chão da sala do Jerry pensando em que outras coisas ele pode trabalhar. É uma cena longa, só com diálogos, que eu adoro.
Você se cansou do George Costanza?
Não. Mas estava na hora de acabar, todos nós concordávamos. E o George é
meu personagem, minha marca. Apesar
de não o interpretar há dois anos, continuo convivendo com ele. Vários produtores de cinema às vezes optam por outro ator no meu lugar porque lembram
do George quando olham para mim.
Mas vivo em paz com isso. Esse personagem mudou minha vida, a da minha família, a minha carreira. Devo tudo a ele.
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