São Paulo, domingo, 02 de setembro de 2001

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ENQUETV

Fumantes na televisão estimulam o tabagismo?

DA REDAÇÃO

Além da nudez de sua personagem principal, a minissérie "Presença de Anita" chamou a atenção dos telespectadores por causa de um detalhe: tanto Anita (Mel Lisboa) quanto Nando (José Mayer) fumaram em praticamente todos os episódios.
Segundo o leitor Marcelo de Oliveira escreveu na seção de cartas do TV Folha de 19 de agosto, "é inaceitável que as pessoas que lutam para largar esse vício sejam obrigadas a ver os personagens fumando com enorme prazer".
Na semana passada, outro leitor, Fabio Ravaglia, discordou. Para ele, não há propaganda do cigarro: "Pelo contrário, (...) a série mostra que fumar é um ato escapista."
Durante muitos anos, o cigarro esteve vinculado ao glamour (como no caso do filme "Gilda", com Rita Hayworth) ou à masculinidade e rebeldia (James Dean, o ícone rebelde do cinema, apareceu fumando em seus poucos filmes). Há inúmeros outros exemplos.
Hoje em dia, essa mentalidade mudou, mas, mesmo assim, o cigarro está presente em diversos programas da televisão (filmes em particular).
Diante disso, o TV Folha resolveu consultar os leitores para saber sua opinião a respeito: a presença dos cigarros nas mãos de personagens de obras de ficção na televisão estimula o tabagismo entre os espectadores?
Você pode responder pelo telefone do Folha Informações (0/xx11/ 3471-4000), pelo site da Folha Online (www.folha.com.br/interacao), por fax (0/xx/11/3224-2284) ou por carta (alameda Barão de Limeira, 425 - 4º andar, São Paulo, CEP 01202-900).

Epidemia
A intenção da enquete é abordar um tema que transcende os limites da televisão. Segundo a Organização Mundial de Saúde, 1,1 bilhão de pessoas fumam no planeta, o que dá ao vício o status nada simpático de epidemia.
Ainda conforme a organização, cerca de 4 milhões de pessoas morrem por ano em decorrência de doenças relacionadas ao tabagismo. E, se persistirem os números atuais, estima-se que em 2020 o hábito de fumar causará mais mortes do que Aids, tuberculose, mortalidade materna, acidentes de carro, suicídios e homicídios juntos.
Diante dessa realidade, a propaganda de cigarros vem sendo combatida em todo o mundo, inclusive no Brasil: é vetada na mídia impressa, no rádio e na televisão por força de lei e deverá ser desvinculada de eventos esportivos e culturais até 2003. (LC)


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