São Paulo, domingo, 4 de maio de 1997.

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TELEJORNALISMO
CNN em espanhol leva apenas dois minutos para levar ao ar notícia sobre fim de sequestro no Peru
Canais de notícia mostram agilidade

Divulgação
A redação do canal Globonews, da Globosat, no Rio, divide espaço com telejornais da Rede Globo


MARIANA SCALZO
enviada especial a Atlanta (EUA)

No último dia 22 de abril, quando as tropas do presidente Fujimori invadiram a embaixada do Japão, em Lima, no Peru, os países da América Latina demoraram apenas dois minutos para ver imagens ao vivo do que acontecia.
Essa foi a primeira grande cobertura do canal CNN em espanhol, que está completando seis semanas no ar e é o mais novo investimento do Turner Broadcasting System.
"O canal se propõe a levar 24 horas de notícias do mundo todo para o público latino-americano", diz Rolando Santos, vice-presidente do CNN em espanhol.
Naquela mesma terça-feira, logo depois de a tomada da embaixada ter sido veiculada pelas agências internacionais, a Globonews também colocou imagens ao vivo do Peru. Ficou 65 minutos no ar, sem interrupção.
O canal de notícias da Globosat está funcionando há seis meses. Sua atuação é muito semelhante à do CNN em espanhol.
"A diferença está apenas em ter de criar o conceito de canal 24 horas para o público do Brasil, acostumado a telejornais e flashes de notícias", afirma Rosa Magalhães, diretora-executiva do canal.
Computador
Os dois canais contam com equipamentos digitais. Algumas câmeras são controladas por computador e os apresentadores têm em suas bancadas um laptop que acessa agências internacionais de notícias.
A Globonews se localiza no Jardim Botânico, no Rio, e divide o prédio com os outros produtos jornalísticos da Rede Globo.
A sede da CNN em espanhol fica em Atlanta (EUA), junto com os outros canais de notícias da companhia, como a CNN e a CNN International.
Sua central recebe imagens via satélite do mundo todo. Elas são editadas via computadores para serem levadas ao ar.
Além das notícias do dia, os canais veiculam documentários e programas especiais sobre cultura e economia.
Em Atlanta, 130 profissionais trabalham para colocar o CNN em espanhol no ar. No Rio, 155 profissionais, entre técnicos e jornalistas, formam a estrutura do canal da Globosat.
Futuro
A preocupação dos dois canais, por enquanto, é entender sua tecnologia -para melhor usá-la.
Apesar de contarem com uma estrutura própria, os dois canais ainda dependem de material gerado por suas "emissoras-mães" (a CNN e a CNN International para o CNN em espanhol, e a rede Globo para a Globonews).
O canal brasileiro exibe em sua programação reprises de vários produtos do canal aberto, como o ``Globo Repórter'', o ``Jornal da Globo'' e o ``Fantástico''.
Mesmo sendo destinado ao público de língua espanhola, o CNN em espanhol não vai ao ar na Espanha. ``Para o sinal chegar até lá, precisaríamos investir em satélite cerca de US$ 1 milhão. Não vale a pena. A América Latina, sozinha, representa um público muito maior'', diz Santos.


A jornalista MARIANA SCALZO viajou a convite da Turner Broadcasting System.

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