Adriana Elias/Folha Imagem

A apresentadora Marília Gabriela em seu novo estúdio, na Rede TV!, em São Paulo

ERIKA SALLUM
DA REPORTAGEM LOCAL

APOSTANDO em uma mistura de interatividade, sexo e, claro, entrevistas, a jornalista Marília Gabriela começa amanhã mais uma nova empreitada em sua carreira. Com 30 anos de profissão, com passagens pela Globo, Bandeirantes e SBT, ela estréia nesta segunda, à 0h, seu "Gabi", na Rede TV!.
Nos moldes do "De Frente com Gabi" (SBT) e do "Cara a Cara" (Band), a atração trará um convidado por noite, entre políticos, artistas, atletas etc. De terça a sexta, o programa será exibido às 23h e, às segundas -por causa do humorístico "Te Vi na TV", de João Kléber, que entra no ar nesse mesmo dia, às 23h-, "Gabi" será transmitido à 0h.
Assim sendo, as segundas ficarão dedicadas a assuntos relacionados a sexo. "Chamaremos desde um médico especialista no assunto a artistas que ganham a vida com isso", conta Gabi. Para a estréia, a jornalista convidou a ex-modelo Monique Evans, que atualmente apresenta o "De Noite na Cama", uma espécie de "talk show" erótico exibido no canal Shoptime.
Outra novidade será a interatividade -que, segundo ela, não precisa acontecer apenas via Internet. "Nem todo mundo tem computador em casa. Mas podem interagir comigo por meio de carta, telefonema ou fax. Por isso resolvi mudar o nome do programa, que seria "Gabi.com", para apenas "Gabi"."
Além disso, durante a semana, a jornalista vai se relacionar com sua audiência também por meio de fotos. Com uma câmera digital, ela vai conseguir imagens peculiares de seus entrevistados, a pedido dos telespectadores. "Se estou aqui com a Tiazinha, por exemplo, posso acatar um desejo de um espectador, tirar uma foto do pé dela e enviá-la imediatamente para ele", brinca.
Composto de um cenário simples, com paredes azuladas, uma mesa, duas cadeiras e um telão, "Gabi" deveria ter estreado na semana passada, mas, por conta de problemas contratuais com o ex-portal da apresentadora, o Zip.Net, a atração teve de ser adiada. O novo parceiro de Gabi é o UOL (Universo Online).
Às terças e quartas-feiras, o programa será ao vivo e, no resto da semana, gravado. "Estamos fazendo um esquema para que essa interatividade aconteça mesmo quando não estamos ao vivo. Poderemos cadastrar telespectadores e contactá-los na hora da gravação, por exemplo", explica ela.

Troca-troca
Essa é quinta emissora na carreira de Gabi, que começou na Globo, no final da década de 60, e lá ficou por 16 anos. De lá, foi para a Band -onde permaneceu por dez anos-, experimentou a CNT/Gazeta e o SBT, de onde saiu no início deste ano por desavenças com Silvio Santos. "A pedido dele, elaborei um programa, que acabou na gaveta sem mais nem menos. Foi uma falta de respeito."
Sua mudança para a CNT/Gazeta, em 95, a transformou em um dos maiores salários da TV brasileira -na época, comentou-se que receberia US$ 2 milhões em dois anos, mas Gabi trabalhou na emissora apenas dez meses. "Aquela transação com a CNT/Gazeta foi importante porque contribuiu para alavancar o salário dos jornalistas de TV, ajudando a modificar o padrão das negociações."
Sobre sua transferência para a Rede TV!, Gabi não fala em cifras -segundo notícias não-confirmadas, ela recebia R$ 150 mil por mês no SBT. "Só posso dizer que não daria um passo para trás a essa altura da vida e não aceitaria vir por menos do que já ganhava."


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