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NOVELAS
Nova novela tenta fugir do estereótipo do excesso de personagens italianos e
investe no bairro boêmio paulistano
Globo troca Bixiga pela Vila Madalena
da Reportagem Local
Com o título provisório de "Sexo Oposto", a próxima novela das
sete da Rede Globo, escrita por
Walther Negrão, começou a ser
gravada essa semana no município de Jacareí, no Vale do Paraíba
(SP). A trama, que substituirá
"Andando nas Nuvens", será dirigida por Jorge Fernando.
A história traz Edson Celulari
como Solano. Às vésperas de se
casar com Eugênia (Maitê Proença), ele comete um crime e, ao se
ver condenado a dez anos de prisão, desiste de casar-se com ela.
Na prisão, conhece Roberto
(Marcos Winter). A trama salta
sete anos, quando Solano deixa a
prisão e, ao levar uma carta de Roberto à sua namorada, Pilar (Cristiana Oliveira), se apaixona pela
moça, formando o triângulo que
movimentará a história.
Negrão gostaria que a trama se
chamasse "Vila Madalena", bairro paulistano onde a maior parte
da história se passará e no qual o
autor mora. "A Vila é um bairro
que transborda cultura e que tem
momentos distintos à noite, com
os bares, e durante o dia, com as
empresas. Está coalhado de artistas plásticos, escritores, atores e
intelectuais", afirma.
"Vamos fazer uma novela paulistana fora do Bixiga, e sem os
mesmos personagens italianos de
sempre. O motivo é simples, sou
um autor de São Paulo que quase
não escreveu sobre a cidade. Queria contar uma história que se
passasse no bairro em que moro,
e a Globo não podia ter mais uma
trama com italianos, "Terra Nostra" vai estar no ar", explica.
Negrão define a trama como
uma comédia romântica totalmente voltada para os personagens. "Não gosto de ter uma sinopse rígida. Curto a idéia de me
surpreender junto com o público
quando algumas situações aparecem. Crio personagens detalhados e vou vendo o que acontece
com eles", revela.
Para compor melhor o cenário e
os personagens, a Globo encomendou uma pesquisa ao Museu
da Pessoa com as profissões, estabelecimentos comerciais e tipos
encontrados na Vila Madalena. A
idéia é ajudá-lo a fazer uma transposição mais fiel da vida do agitado bairro paulistano para a TV.
"A personagem da Cristiana
(Oliveira), por exemplo, ficará desempregada no início da novela e
fará todos aqueles trabalhos alternativos que quem já ficou sem
emprego deve ter tentado alguma
vez. Venderá cestas de café da manhã, levará cachorros para passear, dará cursos de cerâmica e
cromoterapia. Coisas que você vê
demais no bairro", conta Negrão.
Nos últimos anos, Negrão escreveu novelas que se passavam
em cidades pequenas do interior.
A nova trama das sete o tira desse
ambiente. "Estava com vontade
de fazer uma novela urbana. O
engraçado é que escrevi tramas
rurais durante muito tempo e,
agora que comprei uma fazenda,
escrevo uma história urbana. A
experiência vai servir para outras
novelas no futuro", brinca.
(AM)
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