São Paulo, Domingo, 06 de Junho de 1999
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TV NO CAMPO
Tema da edição histórica é o pau-brasil, em homenagem aos 500 anos do Descobrimento
"Globo Rural" chega ao nº 1.000

da Reportagem Local

Com uma reportagem sobre o pau-brasil, o "Globo Rural" comemora hoje, às 8h, na Globo, a histórica marca dos 1.000 programas exibidos.
O repórter Nelson Araújo viajou por cinco Estados e gastou três meses para colher todo o material necessário a essa reportagem.
"O que mais me impressiona é a forma como não nos importamos com a devastação que foi feita. Como é que a árvore que deu o nome ao país não é mais vista por aqui?", questiona Araújo, indignado.
Em suas viagens, o repórter reconstituiu a história da exploração da árvore, mostrando sua importância como fonte do corante e a importância decisiva da madeira do pau-brasil na evolução da música.
Segundo a reportagem, a textura de sua madeira é a melhor para os arcos usados em instrumentos musicais, como os violinos.
Arcos de pau-brasil são encontrados hoje em orquestras importantes de todo o mundo, como as filarmônicas de Nova York e Berlim. A madeira ficou conhecida como "Pernambuco's wood" ("madeira de Pernambuco").
"No passado, brasileiro era o homem que trabalhava de alguma forma com o pau-brasil. Mais tarde, houve uma enorme discussão quanto a trocar o nome para o de uma árvore", conta Araújo.
A reportagem mostra também como a árvore foi citada na carta de Pero Vaz de Caminha, em versos de Camões e apresenta o pau-brasil que seria, supostamente, o mais antigo do Brasil, mais velho que Pedro Álvares Cabral.

Outro Brasil
O "Globo Rural" foi ao ar pela primeira vez no dia 6 de janeiro de 1980. A primeira reportagem do programa falava sobre o plantio de soja no cerrado.
Naquela época, após a expansão do sistema de telecomunicações, as grandes emissoras já podiam ser captadas em quase todo o interior do país.
"Faltava um programa que falasse com o público rural no ritmo e no tom deles. A programação é urbana demais", explica o editor-chefe do programa desde o início, Humberto Pereira.
Um exemplo de como essa lógica funciona é a comparação de audiência nos grandes centros e no interior.
Em São Paulo, o ibope do programa nas manhãs de domingo é parecido com o do "Jornal da Globo", que vai ao ar por volta da 0h e alcança 10 a 12 pontos. Cada ponto equivale a 80 mil espectadores na Grande São Paulo.
Quando se avança para o interior, a audiência do "Jornal da Globo" diminui e a do "Globo Rural" aumenta, chegando a mais de 20 pontos.
Segundo Pereira, o importante do programa é manter o seu ritmo e continuar prestando um bom serviço ao agricultor, falando sobre pragas e técnicas de cultivo.
"Montamos até um banco de dados. Quando um telespectador nos liga ou escreve pedindo informações, nós indicamos o local onde ele obterá ajuda especializada. É para isso que estamos aqui", conclui.


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