São Paulo, Domingo, 06 de Junho de 1999
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SEM-TELA

Rede Mulher cancela programa judaico

da Reportagem Local

O cancelamento do "Shalom Brasil" pela Rede Mulher causou polêmica na comunidade judaica. Para Marcel Hollender, jornalista responsável, a emissora teve uma atitude "anti-semita" e "racista". Há quatro anos o programa é exibido na emissora.
No último dia 14 de abril, a Rede Mulher foi comprada pela Rede Família, emissora do bispo Edir Macedo, da Igreja Universal.
Segundo Hollender, a emissora disse que o programa teria de deixar a programação por não ter o perfil da rede.
Em fax enviado à Hollender, por Marcus Vinícius Chisco, diretor-superintendente da Rede Mulher, a emissora informava que "a última veiculação (...) será em 30 de maio".
"Nem isso aconteceu. No domingo, o programa não foi ao ar", afirma Hollender.
Para o jornalista, a atitude da emissora foi uma "censura" à comunidade judaica.
"Gostaria de crer que a decisão da Rede Mulher foi motivada por interesses comerciais e que não reflete uma descriminação religiosa", afirma Henry Sobel, presidente do Rabinato da Congregação Israelita Paulista. Sobel diz que "gostaria que a Rede Mulher reconsiderasse a decisão". "O "Shalom Brasil" é visto por judeus e não-judeus. Seria uma pena tirá-lo do ar."
O programa será apresentado a partir de hoje no canal Gospel (28), das 19h às 19h30.

Outro lado
A Rede Mulher diz que o programa foi cancelado porque o contrato havia acabado. Além disso aponta a inviabilidade comercial e a não adequação com os interesses da programação da emissora como motivos.
"As acusações não procedem. Houve uma revisão da grade, que foi modificada", afirma Guilherme Araújo, diretor artístico e de programação.
Segundo ele, os programas que não eram viáveis comercialmente foram cancelados. "O que o "Shalom" pagava não cobria os custos. Além disso, nossa programação será voltada para a mulher." Segundo ele, o último programa não foi exibido porque apresentava "inverdades" sobre a emissora. (AS)




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