São Paulo, Domingo, 06 de Junho de 1999
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Argentinos põem no ar o seu 'Lado G'

ANDRÉ SOLIANI
de Buenos Aires

Quem espera encontrar drag queens e travestis escandalosos no primeiro programa gay da América Latina vai se decepcionar. "Lado G", produzido na Argentina, tem o objetivo de acabar com esse estereótipo, diz Milagros Ceballos, a produtora.
"Queremos romper com a idéia de que os gays são mariquinhas cheias de plumas e afeminadas", diz Ceballos. Segundo ela, essa é a imagem do homossexual que a TV vende.
O programa, que passa no canal Idea (27), da rede de TV paga argentina Cablevisión, foi criado por Ceballos e Martin Aiello. Mas Aiello se apaixonou por um tucumano e fugiu para a província de Tucumán, no norte da Argentina, antes mesmo da estréia, no dia 4 de fevereiro.
À meia-noite de terça-feira, é Luis Almeida quem comanda o "Lado G", sempre de terno e gravata. "É para dar um ar de confiabilidade", diz o apresentador, de 29 anos.
O programa dura 30 minutos e tem entrevistas, comentários sobre teatro, vídeo, cinema, música e, no final, uma enquete sobre temas do interesse da comunidade gay local.
Para Ceballos, por estar na TV paga, num horário de pouca audiência, "Lado G" não enfrenta contestações. "A sociedade está mais aberta", diz Almeida. O programa, no entanto, ainda tem apenas três pequenos patrocinadores (uma revista gay, uma agência de viagens e um condomínio fechado). "Grandes anunciantes não querem a imagem ligada ao mundo gay", lamenta Milagros Ceballos.


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