São Paulo, domingo, 06 de agosto de 2000


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PERFIL / OTAVIANO COSTA

No comando do programa "O+", da Bandeirantes, desde outubro de 99, o apresentador Otaviano Costa está prestes a renovar seu contrato com a emissora e pretende reformular o programa para conquistar um público mais velho. O apresentador, que já foi jogador de vôlei, locutor de rádio, VJ e ator de novela, conta que hoje está onde sempre quis. "Realizei meu maior sonho me tornando apresentador", diz.

CLÁUDIA CROITOR
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de quase um ano na Band, você está renovando seu contrato com a emissora. A renovação vai vir acompanhada de alguma mudança no "O+"?
Ainda não fechei o contrato, mas já é praticamente certo. E as mudanças no "O+" já estão acontecendo. Já era uma vontade desde que eu assumi o controle do programa, mas fomos fazendo aos poucos. O "O+" continua com seu jeito jovem, mas muita coisa vai ser acrescentada para atrair a audiência de outras faixas etárias. Não é justo haver um programa às 20h30, horário nobre, voltado unicamente para os jovens.

O que vai ser feito para atingir esse público?
Ainda não temos exatamente uma fórmula. Estamos discutindo. Queremos colocar brincadeiras, por exemplo, porque os "game shows" sempre funcionaram muito bem, e estamos implantando novos quadros. Mas não queremos mudar a cara do programa.

Ter entrevistas no programa não seria uma saída para atrair essa audiência?
Nós pensamos nisso. Estamos fazendo tentativas, algumas entrevistas com gente famosa, um quadro com discussões sobre sexo etc.. Isso atrai também o pai, a mãe, que vão querer saber o que pensa a geração de seus filhos.

Os quadros fixos do "O+", como a aparição da Feiticeira, não estão um pouco desgastados?
Exatamente, nós estávamos com essa preocupação, o programa estava ficando previsível, o telespectador já sabia de tudo o que ia acontecer. Foi o que nos motivou a começar a fazer as mudanças. Mas o "O+" se firmou por ter quadros fixos, com os quais os telespectadores já estão acostumados. Personagens como a Feiticeira têm dado muito certo, desde que foram inventados. Estamos até preparando uma nova personagem, mas não definimos nada ainda.

Então o programa continuará seguindo essa linha de ter personagens sensuais?
É uma característica do "O+", foi uma criação de várias pessoas, algumas ainda trabalham aqui. Enquanto personagens como a Feiticeira estiverem dando o resultado que ela está dando para o programa, continuaremos a investir neles. Quem determina isso é o público.

Por que, na sua opinião, um programa como o "Caldeirão do Huck", da Globo, que tem todos esses ingredientes que você citou, não consegue ganhar do Ibope do programa de Raul Gil na Record?
Acho que o Raul conquistou seu público há muito tempo, o programa dele já virou um hábito. Nos sábados à tarde, quem está em casa é o público mais velho, que já está acostumado a assisti-lo. O programa do Huck tem uma grande estrutura, uma grande produção, que eu queria ter, mas os adolescentes não estão em casa no sábado à tarde. É difícil ir contra um hábito.

Como você foi parar na televisão?
Jogava vôlei e era locutor da rádio Jovem Pan, até que um dia fui ao SBT com uma amiga para assistir às gravações da "Escolinha do Golias" e comecei a fazer umas imitações para um cara que estava lá -que depois descobri que era o roteirista do programa. Ele gostou e me chamou para participar da atração. Sempre fui assim, cara-de-pau. Depois fui ser VJ da MTV, participei da novela "Éramos Seis", no SBT. Aí comecei um programa na CNT/Gazeta que não deu certo, eu me desiludi e voltei para Cuiabá.

E como surgiu o convite da Band?
Depois de ter ficado um tempo em Cuiabá, sendo diretor e apresentador da MTV de lá, resolvi voltar para São Paulo e distribuir meu portfólio. Fui chamado pela produção do "Domingão do Faustão", participei de pegadinhas e fui repórter por algum tempo, até que a Bandeirantes me chamou para o "H". O Fausto Silva foi muito legal, me liberou na hora, pois sabia das minhas pretensões de ser apresentador. Foi muito emocionante ligar para meu pai e dizer que eu estava realizando meu sonho.

Então você está onde sempre quis?
Estou. Isso é o que eu sei fazer. O que sempre me frustou durante a minha carreira foi ver gente sendo "pinçada", vindo do nada e ganhando um programa para apresentar, enquanto eu tinha experiência e fazia um trabalho sério.

As comparações com o Luciano Huck ainda o incomodam?
Quando eu entrei aqui, tive muita cobrança do tipo "você não vai se expor na mídia como ele fazia?". Mas eu sempre quis mostrar que tenho um jeito diferente. Com o tempo, as pessoas foram me conhecendo. Já ouvi gente falar que meu programa imita o que o Huck fazia, até ele mesmo já disse isso, mas não foi ele que inventou nada, isso sempre existiu. Fico chateado com algumas coisas que ele fala, que tem dó de mim porque eu estou com um programa igual ao dele. Não preciso que ninguém tenha dó de mim. Hoje fico feliz porque o programa "O+" voltou a proporcionar o maior faturamento da Rede Bandeirantes.

BLITZ
Nome: Otaviano José da Costa
Data e local de nascimento: 13 de maio de 1973, em Cuiabá
Principais participações na TV: "Escolinha do Barulho", "Éramos Seis", MTV, "Domingão do Faustão"


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