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PERFIL / OTAVIANO COSTA
No comando do programa "O+", da Bandeirantes, desde outubro de 99, o apresentador Otaviano Costa está prestes a renovar seu
contrato com a emissora e pretende reformular o programa para conquistar um público mais velho. O apresentador, que já foi jogador de vôlei, locutor de rádio, VJ e ator de novela, conta que hoje está onde sempre
quis. "Realizei meu maior sonho me tornando apresentador", diz.
CLÁUDIA CROITOR
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de quase um ano na Band, você está renovando seu contrato com a
emissora. A renovação vai vir acompanhada de alguma mudança no "O+"?
Ainda não fechei o contrato, mas já é
praticamente certo. E as mudanças no
"O+" já estão acontecendo. Já era uma
vontade desde que eu assumi o controle do programa, mas fomos fazendo
aos poucos. O "O+" continua com seu
jeito jovem, mas muita coisa vai ser
acrescentada para atrair a audiência de
outras faixas etárias. Não é justo haver
um programa às 20h30, horário nobre,
voltado unicamente para os jovens.
O que vai ser feito para atingir esse
público?
Ainda não temos exatamente uma
fórmula. Estamos discutindo. Queremos colocar brincadeiras, por exemplo, porque os "game shows" sempre
funcionaram muito bem, e estamos
implantando novos quadros. Mas não
queremos mudar a cara do programa.
Ter entrevistas no programa não seria
uma saída para atrair essa audiência?
Nós pensamos nisso. Estamos fazendo tentativas, algumas entrevistas com
gente famosa, um quadro com discussões sobre sexo etc.. Isso atrai também o
pai, a mãe, que vão querer saber o que
pensa a geração de seus filhos.
Os quadros fixos do "O+", como a aparição da Feiticeira, não estão um pouco desgastados?
Exatamente, nós estávamos com essa
preocupação, o programa estava ficando
previsível, o telespectador já sabia de tudo o que ia acontecer. Foi o que nos motivou a começar a fazer as mudanças.
Mas o "O+" se firmou por ter quadros fixos, com os quais os telespectadores já
estão acostumados. Personagens como a
Feiticeira têm dado muito certo, desde
que foram inventados. Estamos até preparando uma nova personagem, mas
não definimos nada ainda.
Então o programa continuará seguindo
essa linha de ter personagens sensuais?
É uma característica do "O+", foi uma
criação de várias pessoas, algumas ainda
trabalham aqui. Enquanto personagens
como a Feiticeira estiverem dando o resultado que ela está dando para o programa, continuaremos a investir neles.
Quem determina isso é o público.
Por que, na sua opinião, um programa
como o "Caldeirão do Huck", da Globo,
que tem todos esses ingredientes que você citou, não consegue ganhar do Ibope
do programa de Raul Gil na Record?
Acho que o Raul conquistou seu público há muito tempo, o programa dele já
virou um hábito. Nos sábados à tarde,
quem está em casa é o público mais velho, que já está acostumado a assisti-lo. O
programa do Huck tem uma grande estrutura, uma grande produção, que eu
queria ter, mas os adolescentes não estão
em casa no sábado à tarde. É difícil ir
contra um hábito.
Como você foi parar na televisão?
Jogava vôlei e era locutor da rádio Jovem Pan, até que um dia fui ao SBT com
uma amiga para assistir às gravações da
"Escolinha do Golias" e comecei a fazer
umas imitações para um cara que estava
lá -que depois descobri que era o roteirista do programa. Ele gostou e me chamou para participar da atração. Sempre
fui assim, cara-de-pau. Depois fui ser VJ
da MTV, participei da novela "Éramos
Seis", no SBT. Aí comecei um programa
na CNT/Gazeta que não deu certo, eu me
desiludi e voltei para Cuiabá.
E como surgiu o convite da Band?
Depois de ter ficado um tempo em
Cuiabá, sendo diretor e apresentador da
MTV de lá, resolvi voltar para São Paulo
e distribuir meu portfólio. Fui chamado
pela produção do "Domingão do Faustão", participei de pegadinhas e fui repórter por algum tempo, até que a Bandeirantes me chamou para o "H". O
Fausto Silva foi muito legal, me liberou
na hora, pois sabia das minhas pretensões de ser apresentador. Foi muito emocionante ligar para meu pai e dizer que
eu estava realizando meu sonho.
Então você está onde sempre quis?
Estou. Isso é o que eu sei fazer. O que
sempre me frustou durante a minha carreira foi ver gente sendo "pinçada", vindo do nada e ganhando um programa
para apresentar, enquanto eu tinha experiência e fazia um trabalho sério.
As comparações com o Luciano Huck
ainda o incomodam?
Quando eu entrei aqui, tive muita cobrança do tipo "você não vai se expor na
mídia como ele fazia?". Mas eu sempre
quis mostrar que tenho um jeito diferente. Com o tempo, as pessoas foram me
conhecendo. Já ouvi gente falar que meu
programa imita o que o Huck fazia, até
ele mesmo já disse isso, mas não foi ele
que inventou nada, isso sempre existiu.
Fico chateado com algumas coisas que
ele fala, que tem dó de mim porque eu estou com um programa igual ao dele. Não
preciso que ninguém tenha dó de mim.
Hoje fico feliz porque o programa "O+"
voltou a proporcionar o maior faturamento da Rede Bandeirantes.
BLITZ
Nome: Otaviano José da Costa
Data e local de nascimento: 13 de maio de 1973, em Cuiabá
Principais participações na TV: "Escolinha do Barulho", "Éramos Seis",
MTV, "Domingão do Faustão"
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