São Paulo, domingo, 07 de maio de 2000


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'UGA UGA'
Humberto Martins e Marcelo Novaes encarnam personagens parecidos com os de novelas anteriores de Lombardi
Novela traz tipos "repetidos"

DA SUCURSAL DO RIO

A NOVA trama de Carlos Lombardi, "Uga Uga", tem muito de seus trabalhos anteriores, mas o novelista diz que não se incomoda mais com as comparações.
"Quando escrevi "Vira Lata" fiz um personagem para o Humberto (Martins) que era muito diferente do Bruno de "Quatro por Quatro". Mesmo assim ficavam dizendo que era o mesmo personagem. Deixei essa preocupação para lá. A novela tem mesmo muito do meu estilo", afirma o escritor.
Mas, por mais paciente que o espectador seja, será impossível não comparar o Beterraba de Marcelo Novaes com Raí, interpretado por ele em "Quatro por Quatro". Ou a Tatiana de Danielle Winits com a loira burra Alicinha. Ou mesmo o Baldochi de Humberto Martins com todos seus personagens anteriores.
Martins não concorda que os personagens sejam sempre os mesmos. "Basta seguir o texto do Lombardi, sem cacos, que não tem erro. Ele já escreve o personagem de um jeito diferente. Ele gosta desses personagens que estão voltando para uma vida que abandonaram. O clima de acerto de contas com o passado."
Outra crítica comum com a qual o ator não concorda é a de que seja fácil atuar em histórias de ação. "Não é fácil manter a concentração, estar totalmente no personagem enquanto você corre e pula. Para dar credibilidade nessas horas, o texto tem de ser dito com verdade."
Martins é seguramente o galã preferido de Lombardi, que não economiza elogios. "O Humberto é parecido com o cantor Daniel. Tem a beleza preferida pela média das mulheres do Brasil, por isso faz sucesso entre elas. E ele sabe dizer o meu texto como ninguém."
Já Marcelo Novaes lembra que Beterraba não foi escrito para ele. É verdade. Lombardi tinha pensado o papel para Murilo Benício, mas foi avisado que o ator seria escalado para "Esplendor" e que o personagem passaria para Marcos Palmeira.
O autor reescreveu algumas cenas, já pensando em Palmeira, quando foi avisado que o ator também não estaria disponível. "Fiquei com medo de colocar o Marcelo, porque ia ficar muito parecido com o Raí. Mas pensei melhor e concluí que não havia problema, porque ele seguramente faria o papel bem."
Novaes até consegue encontrar uma diferença entre Beterraba e Raí. "Beterraba é mais grosso, o Raí era romântico, tinha um olhar doce", compara.
Mas uma atriz Lombardi fez questão de repetir: Tatiane Fontinhas. "Ela é ótima e está naquela idade difícil, com 14 anos. Então pensei que seria ótimo explorar essa dificuldade e criei um personagem especialmente para ela."
Wolf Maya, que dirige a novela, afirma que o estilo de Lombardi é muito particular e que a idéia de poder pronunciar os diálogos do autor o estimulou a participar de "Uga Uga" também como ator.
"Os diálogos dele têm uma embocadura diferente. Eu me senti estimulado com a idéia de fazer um personagem nesta novela", elogia.
Um dos atores do elenco não terá muitas chances de pegar a "embocadura" de Lombardi. Será Cláudio Heinrich que, como Tatuapu, aprenderá português ao longo da novela. Lombardi também já trabalhou com Heinrich. Escreveu "Malhação" quando o ator era o astro.
"O Cláudio ainda é um ator verde, mas é muito disciplinado e esforçado. E seu olhar tem a doçura necessária para o papel de Tatuapu", afirma Lombardi.


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