São Paulo, domingo, 07 de maio de 2000


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'MARCAS DA PAIXÃO'
Trama com caras conhecidas e produção simples reativa o núcleo de dramaturg ia da emissora
Record funde padrão global ao do SBT

BRUNO GARCEZ
DA REPORTAGEM LOCAL

UNIR o padrão de qualidade da Globo à simplicidade das produções do SBT. Segundo Marcos Aragão, diretor de programação da Record, é essa a simbiose que a emissora busca em sua mais recente novela, "Marcas da Paixão", cuja estréia acontece amanhã, às 20h15.
Diferentemente de sua antecessora, "Tiro e Queda", realizada pela produtora JPO, "Marcas da Paixão" é produzida integralmente pela Record. "É a grande aposta da emissora para este ano. Se ela emplacar, poderemos criar também novelas para as 18h e as 19h", afirma Marcos Aragão.
A suposta "brasilidade" de "Marcas da Paixão", que tem locações em São Paulo -nos estúdios da Record-, no interior de São Paulo e no sertão baiano, deve ser um dos trunfos da novela, no entender de Marcos Aragão. "Não nos preocupamos com o "Jornal Nacional", da Globo (exibido no mesmo horário). A nossa briga será com a mexicana do SBT. Esperamos que a audiência opte pelo produto local", diz, referindo-se à novela "A Mentira", do SBT.
Outra preocupação de Aragão foi zelar para que, juntamente com a feição brasileira, a novela não adquirisse uma cara regional. "Não queríamos uma produção com "sotaque paulista". Por isso, buscaremos diferentes locações para as futuras novelas, como a região dos pampas, a Bahia e o Rio. É preciso diversificar."
A presença do diretor de programação na nova novela da Record não se restringiu ao seu projeto de criação. A autora de "Marcas da Paixão", Solange de Castro Neves, em uma conversa informal com Aragão, decidiu acrescentar à atração o tema da adoção. Marcos Aragão tem uma filha adotiva de quatro meses.
Além de uma trilha sonora com os sertanejos Daniel, Chitãozinho & Xororó, o axé de As Meninas e os globais Sandy & Júnior -se a Globo autorizar sua participação-, "Marcas da Paixão" será a primeira novela da emissora a contar com uma trilha internacional.
As novidades não fazem de "Marcas da Paixão" uma produção sofisticada. A novela possui os ingredientes tradicionais do gênero, com triângulos amorosos, brigas por heranças, filhas rejeitadas e amores proibidos.
"É um folhetim, como 90% das novelas brasileiras. O termo folhetim, a propósito, costuma ser usado pejorativamente, mas a verdadeira novela segue sempre a mesma estrutura: são dois querendo transar e uma porrada para atrapalhar", diz Attílio Riccó, diretor-geral de "Marcas da Paixão", que tem mais de 30 novelas em seu currículo.
Na Globo, por exemplo, dirigiu várias comédias, como "Amor com Amor se Paga", "Bambolê" e "Hipertensão". "É meu gênero favorito, espero ainda vir a fazer uma comédia na Record", diz.
Atualmente, Riccó está satisfeito por estar ajudando a criar o núcleo teledramtúrgico da Record. Ter uma estrutura para produzir a novela, "acaba aumentando seu custo, mas é um trabalho muito gratificante", acredita.
Nathália Timberg, que interpreta Marrita, a avó de Cíntia, assina embaixo das afirmações de Riccó.
"Até a Globo se beneficia com a construção de um núcleo teledramatúrgico em São Paulo, porque quando você se isola acaba não se exigindo tanto", afirma a atriz.


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