|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
'MARCAS DA PAIXÃO'
Trama com caras conhecidas e produção simples reativa o núcleo de dramaturg ia da emissora
Record funde padrão global ao do SBT
BRUNO GARCEZ
DA REPORTAGEM LOCAL
UNIR o padrão de qualidade da Globo à simplicidade das produções do
SBT. Segundo Marcos Aragão, diretor de
programação da Record, é essa a simbiose que a emissora busca em sua mais recente novela, "Marcas da Paixão", cuja
estréia acontece amanhã, às 20h15.
Diferentemente de sua antecessora,
"Tiro e Queda", realizada pela produtora
JPO, "Marcas da Paixão" é produzida integralmente pela Record. "É a grande
aposta da emissora para este ano. Se ela
emplacar, poderemos criar também novelas para as 18h e as 19h", afirma Marcos
Aragão.
A suposta "brasilidade" de "Marcas da
Paixão", que tem locações em São Paulo
-nos estúdios da Record-, no interior
de São Paulo e no sertão baiano, deve ser
um dos trunfos da novela, no entender
de Marcos Aragão. "Não nos preocupamos com o "Jornal Nacional", da Globo
(exibido no mesmo horário). A nossa
briga será com a mexicana do SBT. Esperamos que a audiência opte pelo produto
local", diz, referindo-se à novela "A Mentira", do SBT.
Outra preocupação de Aragão foi zelar
para que, juntamente com a feição brasileira, a novela não adquirisse uma cara
regional. "Não queríamos uma produção com "sotaque paulista". Por isso, buscaremos diferentes locações para as futuras novelas, como a região dos pampas, a
Bahia e o Rio. É preciso diversificar."
A presença do diretor de programação
na nova novela da Record não se restringiu ao seu projeto de criação. A autora de
"Marcas da Paixão", Solange de Castro
Neves, em uma conversa informal com
Aragão, decidiu acrescentar à atração o
tema da adoção. Marcos Aragão tem
uma filha adotiva de quatro meses.
Além de uma trilha sonora com os sertanejos Daniel, Chitãozinho & Xororó, o
axé de As Meninas e os globais Sandy &
Júnior -se a Globo autorizar sua participação-, "Marcas da Paixão" será a
primeira novela da emissora a contar
com uma trilha internacional.
As novidades não fazem de "Marcas da
Paixão" uma produção sofisticada. A novela possui os ingredientes tradicionais
do gênero, com triângulos amorosos,
brigas por heranças, filhas rejeitadas e
amores proibidos.
"É um folhetim, como 90% das novelas
brasileiras. O termo folhetim, a propósito, costuma ser usado pejorativamente,
mas a verdadeira novela segue sempre a
mesma estrutura: são dois querendo
transar e uma porrada para atrapalhar",
diz Attílio Riccó, diretor-geral de "Marcas da Paixão", que tem mais de 30 novelas em seu currículo.
Na Globo, por exemplo, dirigiu várias
comédias, como "Amor com Amor se
Paga", "Bambolê" e "Hipertensão". "É
meu gênero favorito, espero ainda vir a
fazer uma comédia na Record", diz.
Atualmente, Riccó está satisfeito por
estar ajudando a criar o núcleo teledramtúrgico da Record. Ter uma estrutura para produzir a novela, "acaba aumentando seu custo, mas é um trabalho muito
gratificante", acredita.
Nathália Timberg, que interpreta Marrita, a avó de Cíntia, assina embaixo das
afirmações de Riccó.
"Até a Globo se beneficia com a construção de um núcleo teledramatúrgico
em São Paulo, porque quando você se
isola acaba não se exigindo tanto", afirma a atriz.
Texto Anterior: "A Mentira" tem galã brasileiro Próximo Texto: Novela traz tipos "repetidos" Índice
|