São Paulo, Domingo, 09 de Janeiro de 2000


Envie esta notícia por e-mail para
assinantes do UOL ou da Folha
Texto Anterior | Índice

Novelas são habitat favorito das 'choronas'

Juliana não é a primeira "chorona" a estrelar uma novela. Segundo Mauro Alencar, mestre em novelas pela USP, "o choro é parte fundamental de qualquer folhetim".
Como exemplo de personagem "chorão", ele cita a Simone da primeira versão de "Selva de Pedra" (1972), interpretada por Regina Duarte. "Os personagens de Regina Duarte e Francisco Cuoco se amavam muito, mas tinham um relacionamento complicado. Eram parecidos com a Juliana e o Matheu", afirma.
A baronesa vivida por Elaine Cristina em "Sinhá-Moça" também é citada por Alencar. O choro era causado pelos desentendimentos entre seu marido, o coronel Ferreira (vivido por Rubens de Falco) e sua filha, Sinhá-Moça (Lucélia Santos).
Outra novela marcada pelas lágrimas foi "O Direito de Nascer" (1965). A sofredora, no caso, era Maria Helena, personagem de Nathália Thimberg. A atriz viveu uma mãe solteira que tem seu filho sequestrado pela empregada, Dolores (vivida por Isaura Bruno).
"O Direito de Nascer" é baseada em uma obra cubana da década de 40. Para Alencar, Cuba é um dos países que deu origem a essa abundância de lágrimas nas novelas. "Esse clima exacerbado das novelas é típico dos países latinos", afirma.
Alencar diz que o objetivo dos autores desses "novelões" é "fazer a dona-de-casa chorar, para que ela se identifique com os personagens".
Apesar de todos os sofrimentos que os personagens enfrentam, Alencar afirma que o final feliz é inevitável. "O telespectador médio, que é a grande massa, quer que tudo acabe bem sempre."
(NHC)


Texto Anterior: Magoou: Ana Paula Arósio se afoga em mar de lágrimas
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Agência Folha.