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Novelas são habitat favorito das 'choronas'
Juliana não é a primeira
"chorona" a estrelar uma
novela. Segundo Mauro
Alencar, mestre em novelas pela USP, "o choro é
parte fundamental de
qualquer folhetim".
Como exemplo de personagem "chorão", ele cita a Simone da primeira
versão de "Selva de Pedra" (1972), interpretada
por Regina Duarte. "Os
personagens de Regina
Duarte e Francisco Cuoco
se amavam muito, mas tinham um relacionamento complicado. Eram parecidos com a Juliana e o
Matheu", afirma.
A baronesa vivida por
Elaine Cristina em "Sinhá-Moça" também é citada por Alencar. O choro
era causado pelos desentendimentos entre seu
marido, o coronel Ferreira (vivido por Rubens de
Falco) e sua filha, Sinhá-Moça (Lucélia Santos).
Outra novela marcada
pelas lágrimas foi "O Direito de Nascer" (1965). A
sofredora, no caso, era
Maria Helena, personagem de Nathália
Thimberg. A atriz viveu uma mãe solteira
que tem seu filho sequestrado pela empregada, Dolores (vivida
por Isaura Bruno).
"O Direito de Nascer" é baseada em uma
obra cubana da década
de 40. Para Alencar,
Cuba é um dos países
que deu origem a essa
abundância de lágrimas nas novelas. "Esse
clima exacerbado das
novelas é típico dos
países latinos", afirma.
Alencar diz que o objetivo dos autores desses "novelões" é "fazer
a dona-de-casa chorar,
para que ela se identifique com os personagens".
Apesar de todos os
sofrimentos que os
personagens enfrentam, Alencar afirma
que o final feliz é inevitável. "O telespectador
médio, que é a grande
massa, quer que tudo
acabe bem sempre."
(NHC)
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