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ARQUIVOS AMBULANTES
Mesa-redonda diferente dá ibope e ganha nova temporada
ESPN descobre público maluco por futebol
MARCELO MIGLIACCIO
EDITOR DO TV FOLHA
QUANTAS vezes a seleção brasileira
jogou de meias cinzas na Copa do
Mundo de 1970? Quem foi o artilheiro do
Campeonato Paulista de 1961? Qual a escalação do time do Bangu, campeão carioca em 1933?
Responder perguntas como essas é um
dos desafios dos participantes do programa "Loucos por Futebol", do ESPN
Brasil, que entrou em sua segunda temporada graças aos muitos telespectadores apaixonados pela bola, que garantem
à atração uma das melhores audiências
do canal.
Criado durante a última Copa do Mundo, o programa, exibido quinzenalmente
aos sábados, às 22h, reúne quatro jornalistas esportivos que são verdadeiros arquivos ambulantes do futebol mundial.
"Nosso diferencial é que não falamos
do dia-a-dia do futebol, dos resultados,
mas do lado cultural do esporte", diz
Adriana Saldanha, a mediadora do programa. "Encontro mulheres nas ruas que
dizem ter começado a gostar de futebol
depois de assistir", afirma.
Roberto Assaf, Marcelo Duarte, Paulo
Vinícius Coelho e Cláudio Arreguy exibem seus conhecimentos sobre a cultura
futebolística em meio a imagens lendárias de arquivo. Músicas e livros como
"Flamengo É Puro Amor", que reúne
crônicas futebolísticas de José Lins do
Rego, também ancoram os debates.
"Ninguém conhece mais futebol que
um garoto de 12 anos. Alguns telespectadores até nos corrigem", diz Coelho, que,
como os colegas, guarda centenas de livros, jornais e revistas em casa.
Segundo o Ibope, cada edição do programa é vista por cerca de 460 mil pessoas em São Paulo. No último, sobre Mané Garrincha, o pico foi de 700 mil. A
participação também é alta: 350 e-mails
enviados ao canal por semana.
"Um telespectador perguntou quantos
gols de pé esquerdo foram feitos na Copa
de 38", conta o escritor Assaf, que prepara a biografia de Zico.
Duarte diz que um dos próximos programas vai mostrar as diferenças das locuções no Brasil e em Portugal: "Um comentarista luso disse que, "se não sair nenhum gol até o fim da partida, o jogo terminará zero a zero'". Outra para os anais.
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