|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TV paga também promove mudanças
da Reportagem Local
Na TV paga, os telespectadores já começam a sentir algumas mudanças. O canal
Bravo, que carregava a palavra Brasil, deixou de exibir
programas nacionais.
Cerca de 30% da programação do canal era inteiramente
nacional, produzida por uma
equipe da TVA que foi demitida. Restam hoje quatro pessoas no departamento. "Hoje, a programação vem 100%
dos EUA, como para os outros países da América Latina", diz Marília Galvão, que
responde pelo Bravo no país.
Segundo ela, foi uma "mudança contratual que alterou
o rumo da programação".
Essa alteração de rota privou
os telespectadores do "Estúdio Brasil", de entrevistas, de
filmes nacionais e de shows
em esquema de co-produção.
A TVA, por sua vez, estava
preparada para concorrer em
novas licitações, mas desistiu.
"Nossos negócios eram alavancados por linhas de crédito internacionais. Com a crise
nos mercados externo e interno os projetos tiveram de ser
alterados", afirma Alexandre
Annenberg, diretor de tecnologia e novos negócios.
Para compensar a eventual
perda de espaço com a saída
das licitações, a TVA pretende
rever seu pacote de canais para criar um produto menor,
porém mais barato e viável
para a classe C -o novo alvo
da empresa. "Esse projeto começa no segundo semestre",
diz Annenberg.
A programadora HBO também promoveu mudanças. A
primeira foi motivada pela
crise econômica, "obrigando
a empresa a fazer ajustes e
cortes", diz Bill Barry, 39, diretor-geral do HBO Brasil.
A segunda, técnica, envolve
demissões. "A área técnica da
empresa será transferida de
São Paulo para Miami (EUA).
Os serviços de sinal antes oferecidos pela TVA agora serão
da própria empresa", afirma.
Até agora, foram demitidas
16 pessoas, mas esse total deve
chegar a 60 até o final do ano.
Na programação, o canal
pretende reforçar o Cinemax
e aumentar a quantidade de
lançamentos de filmes.
A Globosat não vai aumentar a produção de programas
nacionais, afirma Alberto Pecegueiro, 41, diretor-geral da
programadora. "Neste ano, o
crescimento será de 0%. Planejávamos um crescimento,
como nos outros anos, de
20% na programação local,
mas será impossível."
A empresa diz que pretende
investir R$ 10 milhões em infra-estrutura e programação,
mas não aceita novas produções. Segundo Pecegueiro, a
TV por assinatura cresceu
num ritmo vertiginoso em 97
-o que já não aconteceu em
98. "Em 99, será menor."
Texto Anterior: Globo, Cultura e Band adiam projetos Próximo Texto: Próximos capítulos Índice
|