São Paulo, Domingo, 11 de Abril de 1999
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TV paga também promove mudanças

da Reportagem Local

Na TV paga, os telespectadores já começam a sentir algumas mudanças. O canal Bravo, que carregava a palavra Brasil, deixou de exibir programas nacionais.
Cerca de 30% da programação do canal era inteiramente nacional, produzida por uma equipe da TVA que foi demitida. Restam hoje quatro pessoas no departamento. "Hoje, a programação vem 100% dos EUA, como para os outros países da América Latina", diz Marília Galvão, que responde pelo Bravo no país.
Segundo ela, foi uma "mudança contratual que alterou o rumo da programação". Essa alteração de rota privou os telespectadores do "Estúdio Brasil", de entrevistas, de filmes nacionais e de shows em esquema de co-produção.
A TVA, por sua vez, estava preparada para concorrer em novas licitações, mas desistiu.
"Nossos negócios eram alavancados por linhas de crédito internacionais. Com a crise nos mercados externo e interno os projetos tiveram de ser alterados", afirma Alexandre Annenberg, diretor de tecnologia e novos negócios.
Para compensar a eventual perda de espaço com a saída das licitações, a TVA pretende rever seu pacote de canais para criar um produto menor, porém mais barato e viável para a classe C -o novo alvo da empresa. "Esse projeto começa no segundo semestre", diz Annenberg.
A programadora HBO também promoveu mudanças. A primeira foi motivada pela crise econômica, "obrigando a empresa a fazer ajustes e cortes", diz Bill Barry, 39, diretor-geral do HBO Brasil.
A segunda, técnica, envolve demissões. "A área técnica da empresa será transferida de São Paulo para Miami (EUA). Os serviços de sinal antes oferecidos pela TVA agora serão da própria empresa", afirma.
Até agora, foram demitidas 16 pessoas, mas esse total deve chegar a 60 até o final do ano.
Na programação, o canal pretende reforçar o Cinemax e aumentar a quantidade de lançamentos de filmes.
A Globosat não vai aumentar a produção de programas nacionais, afirma Alberto Pecegueiro, 41, diretor-geral da programadora. "Neste ano, o crescimento será de 0%. Planejávamos um crescimento, como nos outros anos, de 20% na programação local, mas será impossível."
A empresa diz que pretende investir R$ 10 milhões em infra-estrutura e programação, mas não aceita novas produções. Segundo Pecegueiro, a TV por assinatura cresceu num ritmo vertiginoso em 97 -o que já não aconteceu em 98. "Em 99, será menor."


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