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"POR AMOR"
Gabriela evita morte de Eduarda
Atriz consegue mudar os planos
do autor, que pretendia matar a
personagem no início da novela
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Divulgação
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A atriz Gabriela Duarte, que interpreta a jovem Eduarda na novela "Por Amor''
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da Reportagem Local
Desde que aceitou interpretar Eduarda em "Por
Amor", Gabriela Duarte,
23, sabia que a personagem estava fadada à morte.
Na sinopse original da novela, esse seria o artifício
usado pelo autor para solucionar o polêmico caso
da troca dos bebês.
Dois fatores, no entanto,
prometem fazer com que
Manoel Carlos escolha outro desfecho: a virada de
Eduarda -mostrando que
ela não é apenas uma menina mimada e arrogante- e a expectativa do público, que prefere ver a
personagem feliz, de preferência nos braços de Marcelo (Fábio Assunção), no
final da trama.
"Sou um autor que ouve
a voz das ruas, e as pessoas
pedem para que Eduarda
não morra", diz Manoel
Carlos, que só deve definir
o destino da personagem e
decidir qual a melhor solução para o conflito central
de "Por Amor" duas semanas antes do final.
A enquete Disque-Marcelinho, realizada no mês
passado pelo TV Folha,
também detectou que o
público não quer a saída de
Eduarda da trama -contrariando uma suposta antipatia do público com relação à personagem expressa no site "Eu odeio a
Eduarda", que foi criado
na Internet.
"Como intérprete desse
personagem tão polêmico,
não posso negar que é
muito gratificante ter conseguido dar outro rumo à
vida de Eduarda", afirmou
Gabriela Duarte à Folha,
após desfilar em prol da
campanha Ação Criança
durante evento do Mappin, em São Paulo. Leia a
seguir, os principais trechos da entrevista.
Folha - Como você vê essa mudança de planos do
autor, que parece ter desistido de matar Eduarda?
Gabriela Duarte - Sempre achei que a morte da
personagem era um artifício que o autor usaria para
resolver a questão da troca
dos bebês. Dramaticamente, isso é coerente. Mas
acho que a reviravolta de
Eduarda levou o público a
ser cúmplice dela, a gostar
dela e acreditar nela. Ela
não pode mais morrer. Isso seria muito decepcionante.
Não existe mais aquela
menina chata, arrogante e
mimada. Agora, o que
existe é um grande dilema
na mãos do autor. Acho
que ele vai encontrar uma
maneira coerente de solucionar a trama sem a morte
dela.
Folha - Você pressentiu
essa virada de Eduarda?
Gabriela - Existia um
nível de envolvimento tão
grande da minha parte que
eu não consegui detectar
essa mudança enquanto
ela acontecia. Manoel Carlos faz isso muito bem. Ele
faz um personagem mudar
gradualmente, sempre de
uma forma adequada e orgânica.
Isso é maravilhoso.
Quando um personagem
muda de um dia para outro, o público não acredita.
O que eu acho interessante
é que Eduarda mudou,
cresceu, mas continua insegura, fútil e com outras
características que trazia
no início da novela, mas
em menor grau.
Folha - Como você encarou o site "Eu odeio a
Eduarda"? Ficou chateada
ou satisfeita com a repercussão do personagem?
Gabriela - Nunca me
senti pessoalmente atingida. Se a página chamasse
"Eu odeio a Gabriela Duarte", ficaria chateada, mas
não foi o caso. Eu tenho de
dizer que isso tudo criou
uma polêmica muito saudável em torno do meu trabalho.
Se outra atriz tivesse feito
a Eduarda, a personagem
seria completamente diferente. Talvez o público não
a odiasse tanto naquele período. Mas sou eu que estou fazendo, e ninguém
pode dizer que está errado.
Ela é a minha Eduarda.
Folha - Você se sente preparada para o que vem por
aí? Em breve, Eduarda descobre que o marido terá
um filho com outra e que
Marcelinho não é dela...
Gabriela - Isso me preocupa e me angustia como
pessoa e como intérprete.
Vou ter de buscar elementos que me façam viver isso. Quando você vive de
verdade, tem uma reação
espontânea. A vida te
apronta coisas assim e você reage de uma determinada maneira.
Agora, quando você tem
um texto para seguir e sabe
que vai ter de passar por
aquilo, é preciso pesquisar.
Tenho uma idéia clara de
como me sentiria se estivesse no lugar dela, e vou
tentar emprestar a Eduarda essa vivência da Gabriela na hora de representar.
Para o ator, essas cenas
são maravilhosas porque
te obrigam a fazer uma
busca, um mergulho dentro de você mesmo. Você
se pergunta qual seria o
verdadeiro sentimento naquele momento.
Folha - Como tem sido
contracenar com sua mãe
(Regina Duarte) na maioria
de suas cenas?
Gabriela - Maravilhoso.
Esse trabalho foi uma surpresa para nós duas. Já
existiu na nossa vida um
momento em que pensar
nisso era muito complicado. Eu ficava ansiosa e tenho certeza de que ela também. Existia muita insegurança da minha parte e isso
me apavorava muito.
Quando o momento chegou, eu já me sentia mais
preparada. Nós vimos uma
possibilidade de realizar
um belo trabalho e de desenvolver essa coisa bonita
da nossa relação. O nosso
relacionamento melhorou
muito.
(ELAINE GUERINI)
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