São Paulo, domingo, 13 de outubro de 2002

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POLÍCIA PARA QUEM PRECISA

Gil Gomes questiona cenas chocantes à tarde

DA REDAÇÃO

No arrastão de programas policiais que proliferam na TV aberta, o radialista Gil Gomes ficou de fora. Um dos pioneiros do gênero no "Aqui Agora", exibido pelo SBT entre 1990 e 1997, ele diz não saber por que sobrou.
"Dei os maiores índices de audiência no "Aqui Agora", tenho 44 anos de jornalismo policial, mas a TV é como o futebol: questão de momento. Se me derem uma chance, volto a ser líder", diz.
Ele entra na discussão sobre a exibição de cenas violentas à tarde, horário em que crianças com idades entre 4 e 11 anos compõem até 25% da audiência, segundo o Ibope.
"Infelizmente, a realidade é muito triste, não sei se é preciso mostrar imagens fortes nesse horário. Tudo depende de como você apresenta. Não sei se a solução é chocar, mas temos que chamar a atenção das autoridades."
Gomes, 62, atualmente apresenta programas na Rádio Tupi. Acorda às 4h, entra no ar às 6h30 e pára duas horas depois. Mais tarde, das 12h às 13h, retorna ao microfone. "Não vejo muito TV, pois chego em casa às 16h e vou descansar."
Ele não acredita que esteja fora do ar por ter sido bombardeado com acusações de sensacionalismo e insensibilidade no trato de dramas humanos na TV. "Os grandes escritores, jornalistas, pintores, sempre tiveram oposição. Há os falsos moralistas. Muitos achavam que não se deveria mostrar doenças como a aids, mas é preciso falar para evitar a propagação. A violência é a maior preocupação de todos", diz com a inflexão costumeira. (MARCELO MIGLIACCIO)


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