São Paulo, domingo, 14 de julho de 2002

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Aretha e Guto falam da fama precoce

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Quem sentiu o gosto da fama ainda na infância conhece bem as consequências. "Minha vida era anormal. Perdi festinhas e não consegui manter amizades", diz Aretha Marcos, 28, que, a partir dos seis, se apresentou em 15 especiais infantis na TV, entre eles "Plunct Plact Zum", "Pirlimpimpim" e "Arca de Noé".
Aretha, filha dos cantores Antônio Marcos (1946-1992) e Vanusa, acha "perigoso" ficar famoso muito cedo. "Você conhece uma face muito colorida da vida e, se não tiver alguém que mostre o outro lado, acaba acreditando que só existe o bom. Pode ser traumatizante."
Aos 17 anos, indecisa quanto a cantar ou interpretar, ela acabou se afastando da mídia. Hoje, está decidida a cantar, mas as coisas mudaram. "Quando eu era criança e fazia sucesso, as portas estavam sempre abertas para os meus projetos. Hoje em dia, não é mais assim, enfrento as mesmas dificuldades que qualquer artista, e isso às vezes fica difícil de levar numa boa."
Guto Franco, 43, filho do cantor Moacyr Franco, também conheceu cedo a notoriedade, atuando ao lado do pai na extinta TV Excelsior, na década de 60: "Para mim foi muito difícil, o programa era ao vivo, uma coisa psicologicamente desgastante. Perdi minha infância e coisas importantes da minha vida que não posso recuperar. Minha mãe faleceu quando eu tinha cinco anos, e, naquela época, eu trabalhava como gente grande na televisão", diz
Guto, hoje no elenco do humorístico "A Praça É Nossa" (SBT), afirma ser contra a participação de crianças em programas de TV: "Não recomendo, não acho que criança deva trabalhar nesse meio. Porque quem conduz as coisas às vezes não tem uma preocupação com a pedagogia da criança, e isso pode provocar traumas". (PP)


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