São Paulo, domingo, 16 de junho de 2002

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MADE IN BRAZIL

Diretor da rede hispânica vibra com sucesso de "El Clon" nos EUA e fala da produção da versão de "Vale Tudo"

Telemundo comemora a parceria com a Globo

ADRIANE GRAU
FREE LANCE PARA A FOLHA, DE SAN FRANCISCO

A REDE hispânica norte-americana Telemundo descobriu que o gosto dos 33 milhões de "latinos" que moram no país é o mesmo dos brasileiros. "No momento, "El Clon" é um grande sucesso nos Estados Unidos", diz Manuel Martinez, vice-presidente de programação da emissora. "É a novela de maior sucesso que já mostramos às 22h e o programa de maior audiência em Miami e Nova York", completa.
A Telemundo gosta tanto das novelas brasileiras que decidiu filmar uma inteira em espanhol. "Vale Todo" está sendo produzida nos estúdios da Rede Globo no Rio de Janeiro e estréia nos Estados Unidos daqui a oito dias, às 21h. "Vale Tudo" original (88-89), de Gilberto Braga, não passou nos Estados Unidos, mas tem boas referências. "É uma das melhores novelas que a Globo tem em seu acervo", analisa Martinez. "Foi um grande sucesso na América Latina, mas o público hispânico dos Estados Unidos ainda não viu." Até agora, todas as novelas da Globo têm sido dubladas em espanhol nos EUA e transmitidas com "closed captions" (legendas opcionais) em inglês. Martinez diz que sua equipe já está escolhendo a próxima trama para produzir em espanhol. "Queremos fazer várias novelas com a Globo; são os melhores produtores do gênero no mundo". Além de "El Clon", a rede está mostrando atualmente a minissérie "Acuarela", e, em seguida, entra em cartaz "Hilda Huracán". A Telemundo já comprou também os direitos de "Esperança" (que começa amanhã no Brasil, veja nas páginas seguintes), ainda sem data de estréia. A rede começou a mostrar novelas brasileiras com "Xica da Silva" (Manchete), em 1999. Outros títulos que cativaram o público hispânico dos EUA foram "Doña Flor" e "Terra Nostra".

Globais
Apesar da familiaridade do público com os atores brasileiros, Antônio Fagundes é o único não-hispânico a fazer parte de "Vale Todo". Martinez conta que ele aprendeu espanhol especialmente para a tarefa e aceitou fazer um papel pequeno. "É uma homenagem, pois foi o astro principal na novela original e é o ator brasileiro mais popular para nossa audiência", conta.
Para fazer "Vale Todo", vários atores deixaram a concorrente Televisa, no México. Há ainda atores da Colômbia, Peru, Porto Rico e Cuba.
Martinez se recusou a especular sobre o valor que os direitos de transmissão de "Vale Todo" podem alcançar em países da América Latina. A Globo detém tais direitos. "Mas, aqui nos Estados Unidos, vamos ganhar muito dinheiro durante a transmissão, pois vai ser um produto espetacular", conta. "O sucesso garantido que terá nos Estados Unidos fará com que outros países queiram exibi-la."
O poder aquisitivo dos "latinos" nos Estados Unidos aumentou em 118% na última década, e a Telemundo cresceu rapidamente quando os anunciantes começaram a brigar pelos US$ 450 bilhões que essa população gastou no período.
Quando o assunto é o interesse do SBT em capturar o promissor público americano, Martinez explica que não será através da Telemundo: "Temos um contato exclusivo com a Globo".
O plano original é gravar 140 capítulos de "Vale Todo". Mas a Telemundo está preparada para estender a trama, dependendo do sucesso. Só não garante que Odete Roitman (célebre personagem de Beatriz Segall na versão original) morrerá no final. "Vamos fazer vários finais e queremos que o público fique tão envolvido como quando JR foi assassinado em "Dallas'", conta o vice-presidente de programação da rede.



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